Com seus cabelos cacheados, lindos olhos negros e dona de um sorriso encantador, a pequena Isabella de Araújo Lima, 7 anos, tem uma linda história de superação para compartilhar neste Dia das Crianças. Os médicos lhe deram dois meses de vida, mas ela deu de ombros para a previsão e superou dezessete cirurgias.
A menina mora em Parauapebas e foi diagnosticada com paraplegia flácida, intestino neurogênico, colon neurogênico, bexiga neurogênica e mielomeningocele com hidrocefalia – espinha bífida, causando a paraplegia, além de não ter o controle das necessidades fisiológicas. Ela também nasceu sem os joelhos.
Isabella confidenciou à Reportagem do Correio de Carajás que seu maior sonho é correr. “Sou cadeirante, tenho um pouco de dificuldade para me locomover, mas com ajuda da minha mãe tudo dá certo”, descreve.
Leia mais:As dificuldades que enfrenta desde pequena não a impediram de estar sempre alegre. “Gosto de estudar, de fazer amizades, sou uma criança muito feliz e estou sempre sorrindo”, descreve Isabella, que também não abre mão de brincar com os amiguinhos na rua onde mora.
Estudante da segunda série do fundamental, a matéria preferida da garota na escola é arte e pintura, por isso, o pior da pandemia para ela é não poder ir à escola.
Seu sonho, para o futuro, quando for adulta, é tornar-se uma médica ou advogada. A pequena destaca que se tivesse o poder de mudar algo, transformaria a cidade em que mora. “Queria que fosse uma cidade adaptada para nós, cadeirantes, para facilitar nossa locomoção e também a de pessoas com outras deficiências”. Por último, Isabella pede que as pessoas possam ter amor e respeito umas pelas outras.
Isabella é a filha caçula da Elizângela Araújo. Ela tem outros dois filhos: Júnior, o irmão mais velho, com 20 anos e Thais, com 13. A mãe relembra que descobriu a gravidade do caso aos seis meses de gravidez de Isabella, em um exame de ultrassom.
Na época, o médico informou a Elizângela que havia a possibilidade de optar por um aborto, a ser realizado de forma legal, já que o feto apresentava má formação. No entanto, ela relembra que após o choque da notícia, decidiu seguir com a gestação e “Deus” iria decidir se a filha viveria ou não, mas confessa, que desejava ao menos conhecer o rostinho da filha.
Depois de nascida e de tantas cirurgias, a luta pela saúde da filha não terminou. Todos os meses elas se deslocam para o Sarah Kubitschek, hospital de reabilitação em Belém, para fisioterapia e exames de rotina. O caso de Isabella é o terceiro a ser tratado na rede Sarah, com unidades em outros estados, incluindo Brasília, onde a menina já realizou cirurgias.
A mãe se emociona ao relembrar o “milagre pela vida da filha”, a quem se dedica integralmente. (Theíza Cristhine e Núbia Mara)