Os governos de Armênia e Azerbaijão concordaram em interromper os confrontos na região separatista de Nagorno-Karabakh, informou o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, na madrugada deste sábado (10) (horário local). O cessar-fogo entre as duas partes entra nas próximas horas.
Em reunião em Moscou, diplomatas armênios e azeris concordaram em trocar prisioneiros de guerra e em devolver corpos das vítimas do confronto. O governo russo, que mediou a negociação, disse que dará mais detalhes do acordo ao longo do dia.
As conversas duraram cerca de 10 horas, segundo a emissora britânica BBC. O chanceler russo disse que os dois países terão agora “diálogos substantivos”.
Leia mais:Localizadas no Cáucaso, Armênia e Azerbaijão pertenceram à União Soviética (1922-1991). A Rússia tem aliança militar com os armênios, mas atualmente mantém boas relações com o governo azeri e não se mostra interessada em um conflito na região.
De acordo com contagens oficiais, o conflito deixou mais de 300 mortos. Milhares de pessoas que viviam na região precisaram deixar suas casas — Stepanakert (Khakhendi, em azeri) e Shushi (Shusha), duas das maiores cidades de Nagorno-Karabakh, foram bastante danificadas.
Conflito em Nagorno-Karabakh
Soldados do Azerbaijão e forças separatistas pró-Armênia que controlam Nagorno-Karabakh, região conhecida também como Artsakh, entraram em conflito em 27 de setembro. Foi a pior série de confrontos desde a guerra travada entre 1988 e 1994, quando dezenas de milhares de pessoas morreram na disputa territorial.
Os dois lados se acusaram mutuamente pelo começo das hostilidades. O Azerbaijão tenta retomar o controle da região, que formalmente fica em território azeri, enquanto a Armênia quer manter o status autônomo da área acordado desde a década de 1990 pelos países do Grupo de Minsk: Rússia, Estados Unidos e França.
A Armênia acusa o Azerbaijão de atacar civis e edifícios religiosos. Uma catedral foi bombardeada na quinta-feira, ferindo dois jornalistas russos, segundo autoridades armênias.
De um lado, armênios argumentam que são a maioria étnica e, por autodeterminação dos povos, têm direito ao controle de Nagorno-Karabakh. Do outro, os azeris entendem que também têm aquela região como parte do território histórico do Azerbaijão.
(Fonte:G1)