Está marcada para às 10h desta quarta-feira (23), a audiência de instrução e julgamento designada pela juíza Adriana Karla Diniz Gomes da Costa, titular da 1ª Vara Criminal de Parauapebas, no processo movido contra Antônio de Souza Nascimento, acusado de assassinar a companheira, Jaqueline Santana da Silva, de 24 anos, em agosto do ano passado.
A data da primeira audiência havia sido marcada para o mês de abril, porém, foi desmarcada devido a pandemia. A nova data, marcada para o dia 3 deste mês também foi adiada para esta quarta.
A mãe da vítima, Carmem Santana, disse ao Correio de Carajás que espera que a justiça possa ser feita em memória da filha. “Um ano de sofrimento, hoje parece que está acontecendo tudo novamente. Estou aqui clamando por justiça, para que este homem pague com a pena máxima”, desabafou.
Leia mais:Carmem, disse temer que Antônio fique em liberdade, e faça algo contra ela e a família. Testemunhas também devem ser ouvidas no fórum, para relatar como era o relacionamento de Jaqueline e Antônio.
Relembre o caso
Jaqueline foi estrangulada no dia 12 de agosto com o cinto de segurança do carro de Antônio. O corpo dela foi encontrado mais de 15 dias após a morte, em 29 de agosto, em estado de decomposição, em um matagal na área conhecida como “Água Boa”, entre os municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas. O caso teve grande repercussão na região.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado do Pará, Antônio costumava agredir a companheira e no dia 12 a assassinou após longa briga entre os dois, ocorrida na casa onde viviam, na Avenida Jamaica, no Vale do Sol, em Parauapebas. O homem ainda ocultou o cadáver.
O desaparecimento da jovem foi informado à Polícia Civil pela mãe, Carmen Santana da Silva, em 13 de agosto de 2019. Dois dias antes, em 11 de agosto, ela havia deixado a vítima na casa do companheiro. No dia do crime, às 21 horas, ele procurou a casa da sogra afirmando ter discutido com Jaqueline e declarando que ela havia saído da casa sem destino.
Carmen desconfiou porque não era uma atitude comum da filha. Além disso, no dia anterior, Jaqueline falou para a mãe que vinha brigando muito com o companheiro. Ela também apresentava as unhas quebradas e estava com a bolsa rasgada. A jovem teria dito que deixaria a casa no dia 12 e havia pedido à irmã que ajudasse na mudança.
Uma amiga íntima de Jaqueline informou, em depoimento, que os dois teriam começado a se relacionar em maio e que a vítima relatava episódios de agressões sofridas. Um deles, inclusive, foi presenciado pela amiga. Conforme ela, Antônio desferiu um soco no rosto de Jaqueline, desmaiando-a.
Uma vizinha, também ouvida, relatou que as brigas eram constantes e que ouviu discussão na madrugada do dia 12, dentre 2 e 5 horas. A vítima, afirma, pedia socorro, mas a vizinha imaginou que seria mais uma briga rotineira. Ao amanhecer, o carro do acusado não estava mais na casa.
Por fim, um colega de trabalho de Antônio declarou que no dia 14 o homem não foi trabalhar e nem justificou a falta. Disse ter sabido, dentro da empresa, que o colega tinha histórico de violência doméstica. Atualmente, o homem está recolhido na Cadeia Pública de Parauapebas. (Theíza Cristhine)