Na esteira da discussão sobre a imensa carga tributária que pesa no bolso dos brasileiros, provocada pela mobilização dos caminhoneiros que praticamente parou o País, a 8ª edição do Feirão do Imposto em Marabá superou todas as expectativas, alcançando milhares de consumidores e reunindo dezenas de parceiros. O Dia D da iniciativa encabeçada pelo Conselho de Jovens Empresários de Marabá (Conjove), ocorrida no sábado (9), provocou uma verdadeira corrida de consumidores ao comércio, aproveitando a oportunidade para comprar, pelo menos por um dia, produtos e serviços isentos de impostos.
Francisco Ricardo Miranda de Souza chegou às 2 horas da madrugada de sábado (9) ao Posto Tida da rotatória do Bairro Quilômetro Seis, na Nova Marabá. Ele queria ter – e teve – o prazer de ser o primeiro a abastecer seu carro com gasolina sem impostos. Assim como ele, centenas de outros condutores, de carros e motos, madrugaram para aproveitar o fato de o estabelecimento estar vendendo o litro do combustível a R$ 3,30, que, com os impostos, sairia a R$ 4,72.
Como ocorre todos os anos, foram três dias de programação durante os quais empresas que aderem à ação vendem seus produtos e serviços sem a carga tributária imposta pelo governo nas três esferas de poder: federal, estadual e municipal.
Leia mais:Isso faz com que a sociedade, ao constatar a diferença entre o valor, com e sem impostos, reflita e aumente sua consciência sobre o quanto o poder público arrecada e como aplica mal o dinheiro, devolvendo pouquíssimo em benefícios à população.
Outro que madrugou na fila do Posto Tida, parceiro da ação, foi Constantino Pereira de Oliveira. “Sem imposto ou com o imposto menor é bem melhor, ficaria muito bem sem essa carga toda de tributos”, disse.
O proprietário do posto que vendeu 3 mil litros de gasolina com 30% de desconto no preço, Cyro Tida, que também é vice-presidente do Conjove, disse que a população, a cada dia que passa, está mais consciente do que paga no dia a dia e verificando que não são os empresários, de qualquer que seja o ramo, os vilões nessa história.
“Quem arrecada e ganha muito sempre é o governo, responsável por essa arrecadação. E, depois, responsável por essa má distribuição de recursos na segurança, educação e saúde [por exemplo]. E a cobrança hoje é justamente essa: do bom emprego desse recurso de trilhões de reais que é arrecadado, mas nada é feito pela população”, desabafou ele.
Para o secretário municipal de Indústria e Comércio e também diretor da Acim, Ricardo Pugliese, quem tem o poder de mudar essa situação é o Legislativo brasileiro. “Este ano o brasileiro vai ter, mais uma vez, a oportunidade de votar e mudar essa situação, elegendo políticos mais sérios, que se preocupem menos em gerar mais custos para benefício próprio e trabalhem mais pela população”, declara.
Caetano Reis Neto, presidente do Conjove, disse que sem o excesso de impostos a sociedade tem a dimensão exata do quanto a carga tributária elevada prejudica o País. “Pode ver que tudo é caro porque ela tem de pagar a conta da corrupção e da ineficiência dentro de empresas públicas, como a Petrobras. Então, o poder de conscientização aumenta, esse é o objetivo do Feirão do Imposto”, frisou.
SAIBA MAIS – Ainda no sábado, além da promoção na venda da gasolina, o Shopping do Pão do Posto Tida vendeu pão e buffet com 20% de desconto; o almoço sem impostos aconteceu no Tertúlia Churrascaria, com 25% de desconto, de 11h30 às 15h, e o buffet a quilo, de R$ 59,90, saiu por R$ 44,90; e , à noite no Turbilhão Park, a pizza foi vendida com 20% de desconto, e o chope com 40% a menos no preço, com o de 300 ml, de R$ 5,00, saindo por R$ 3,00.