Dura três dias queimada e fumaça em um morro localizado atrás do Bairro Vila Nova, em Parauapebas, aumentando o número de ocorrências de focos de incêndio do 23° Grupamento Bombeiro Militar. Ao todo, são 432 até o momento, superando as 239 chamadas atendidas no ano passado.
Moradores da região compartilharam imagens do fogo se alastrando. Um deles é o lavrador Anísio Souza, que mora próximo ao local e está revoltado com a situação, ressaltou à reportagem que há três dias acredita ter visto indícios do início dos focos. “Como se fosse uma pessoa colocando o fogo. É um crime, uma falta de vergonha. Não só eu moro aqui, essa fumaça atinge muito longe, e todos os anos é esta cena”.
Major Hugo, responsável pelo comando do 23° Grupamento Bombeiro Militar no município, destacou ao Correio de Carajás que o caso está sendo estudado desde a quarta-feira (16), em parceria com a polícia. “Já deu para entender o que acontece, é um local de invasões, que algumas pessoas estão tomando posse do que não é deles”.
Leia mais:O comandante citou ainda que ao chegar ao local para combater o incêndio, foi “induzido para errar o ponto”. Porém, decidiu seguir a fumaça, conseguindo chegar ao ponto de origem do incêndio, que tem características criminosas.
Para o major, o principal meio de combate destes crimes é a repressão, alegando ser cultural em período de estiagem a ‘limpeza’ dos lotes urbanos. “Cultura a gente não muda da noite para o dia, a ideia é ir in loco e fazer o flagrante, o que cabe aos bombeiros e a polícia é a prisão em flagrante”, detalhou.
Hugo citou ainda que, a fumaça densa está causando problemas respiratórios, que podem sobrecarregar os hospitais, agravando ainda mais a saúde em época de pandemia da covid-19.
“Faço um apelo à população para nos ajudar com denúncias, não tenham medo. Aconteceu um caso de uma senhora mandar foto, áudio por estarem colocando fogo, então disse, que se tratava de um crime ambiental, e perguntei a ela se estaria disposta a denunciar, ela não me retornou mais”, relembrou.
As denúncias podem ser feitas via WhatsApp pelo número: (94) 99158-4436. Sendo importante enviar a localização, e fotos da proporção do incêndio, já que a uma média de quatro focos simultâneos. (Theíza Cristhine e Rayane Pontes)