Os motoristas do transporte coletivo de Marabá continuam sem receber seus benefícios e o salário agora está defasado, com uma diferença de R$ 100,00 do que deveria entrar em seus bolsos, segundo a representação da categoria. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará (Sintrarsul), Geraldo Dean, explanou sobre a dura realidade da classe, e como a empresa, que opera o transporte coletivo, vem necessitando de subsídios da Prefeitura de Marabá para operar definitivamente.
Atualmente, a empresa Integração, que venceu a licitação para operar em caráter emergencial após a saída da TCA e Nasson, passa por dificuldades, a qual viria da baixa receita, ainda reflexo da pandemia da covid-19. Menos pessoas estariam usando o transporte coletivo, como reconhece o próprio sindicato dos empregados.
“Hoje o movimento no transporte coletivo caiu bastante, e a Integração solicita da Prefeitura algum subsídio para funcionar de maneira definitiva. Com isso, ela vai conseguir trazer novos ônibus na quantidade suficiente para atender a população de Marabá. Para isso, é necessário dar celeridade no processo licitatório, que inclusive, em reuniões do Conselho Municipal de Transportes, vem sendo cobrado, além de propostas para solucionar o problema na cidade”, explica o presidente do sindicato.
Leia mais:Ainda de acordo com Geraldo, a empresa comunicou aos trabalhadores que só poderia suportar uma determinada quantidade de ônibus (hoje circulam 19 veículos), que assinaria a carteira de alguns motoristas, porém, só conseguiria pagar um valor inferior por não conseguir alcançar a convenção coletiva e que com as discussões junto a Prefeitura, sobre o subsídios, será possível avançar nas melhorias.
“Inclusive, está na ata da reunião do Conselho que nos cobramos isso da empresa e ela, por sua vez, verificaria essa questão com a Prefeitura, para que arquem com esses subsídios. Pois o equilíbrio econômico financeiro da empresa é necessário para que os salários voltem ao normal e voltem os auxílios, como Vale-Alimentação e Plano de Saúde”, enfatiza Geraldo.
O salário dos motoristas deveria ser R$ 1.858,50, mas, a Integração está conseguindo pagar apenas R$ 1.750,00. Em Marabá, antes da pandemia, circulavam 45 ônibus que transportavam uma média de 22 mil pessoas diariamente, no entanto, hoje está operando com 19 veículos, não transportando nem 4 mil usuários, segundo Geraldo.
“Esse contrato do salário defasado não é para sempre, creio que em três meses seja normalizado. Inclusive, a nova lei trabalhista determina que as empresas podem fazer contratos individuais com os trabalhadores, o que acaba prejudicando-o. Mas o sindicato está atento a tudo isso, e vamos cobrar os benefícios dos motoristas”, garante o presidente da Sintrarsul.
Até então, os demais funcionários da Integração atuam recebendo diárias, devido à burocracia do processo licitatório. Hoje, há apenas 38 motoristas atuando em Marabá, número insuficiente para a quantidade de habitantes dependentes do serviço e o tamanho do município.
A promessa é de que quando a empresa começar a atuar definitivamente, serão 70 ônibus circulando e sete de reserva, sendo veículos novos e 25% deles com ar-condicionado, segundo o contrato.
“Marabá ainda corre o risco de ficar sem transporte coletivo, pois a empresa já está alertando à Prefeitura que está tendo prejuízos. Foram R$ 750 mil reais de dispêndio desde que a empresa começou a atuar em Marabá, no dia 16 de fevereiro desse ano”, alerta Geraldo.
Geraldo finaliza dizendo que uma solução para a Prefeitura agilizar os subsídios seria através de um Projeto de Lei, onde seria elencado no orçamento a parte que a empresa deixasse de arrecadar, pela bilhetagem eletrônica gratuita, e o Município arcaria com uma parte para dar suporte. “Essa é uma sugestão que seria viável, se nosso gestor se dispusesse a dialogar sobre o problema”, conclui o presidente do sindicato. (Zeus Bandeira)