Funcionários dos Correios de Parauapebas e Marabá entraram em greve nesta terça-feira (18), e apenas 30% dos funcionários permanecem trabalhando. Eles se reuniram no Centro Logístico Grande Carajás, localizado na Folha 33, Núcleo Nova Marabá, para reivindicar seus direitos, e em Parauapebas, no centro de distribuição da unidade, no Bairro Beira Rio II, eles aglomeram com faixas pedindo que seus direitos sejam mantidos.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) decidiu entrar em greve na segunda-feira (17). Segundo a entidade, não há prazo para o fim da paralisação na estatal.
A categoria alega que a reivindicação é para manter os benefícios do emprego, e que estão sendo perdidos nos últimos três anos, uma delas seria o aumento no valor dos planos de saúde, que estaria custando R$ 500 mensalmente, o que eles consideram ser bastante alto.
Leia mais:Além do plano de saúde, que teria o seu compartilhamento alterado entre 50% para o servidor, e 50% para a empresa, houve também a diminuição no vale-alimentação, em R$200,00, além da mudança do horário matutino para o vespertino, e o fim do auxílio para trabalhadores com filhos portadores de necessidades especiais.
Segundo um dos carteiros que está à frente da greve em Marabá, Franck Dani, o presidente teria alterado o acordo coletivo, feito com vigência de dois anos, ao recorrer no Supremo Tribunal Federal (STF), e uma reunião de negociação teria sido feita. “Acabou que não foi feita nenhuma proposta decente para nós, apenas a retirada de 70 cláusulas”, explica Franck.
O carteiro estima uma queda de 40% no salário, com a retirada de todos os direitos e benefícios. “Como vamos trabalhar sem estímulo? Todo dia há uma ameaça. Só queremos manter nossos benefícios, da mesma forma como o presidente quer manter os dele. A inflação está acabando com nossos salários”, comenta Franck.
Hoje, o número de carteiros por município da região é: Marabá (50); Parauapebas (28); Itupiranga (3); São Domingos do Araguaia (2); São João do Araguaia (1); Abel Figueiredo (1). Em todos esses municípios, os servidores aderiram à paralisação.
“Esse governo só trabalha em prol dos empresários, e a reforma trabalhista foi apenas para retirar nossos direitos, e hoje estamos sofrendo as consequências”, queixa-se Franck.
O Correio de Carajás procurou a assessoria de Comunicação dos Correios, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. (Theíza Cristhine, Ronaldo Modesto, Zeus Bandeira, e Josseli Carvalho)