O operador de táxi-lotação Gilmar Lima Leite, de 36 anos, permanecia internado no Hospital Municipal de Marabá (HMM) até ontem (29). Ele foi encontrado no final da tarde de terça-feira (28), nas matas da área da Vila Café, depois de passar mais de quatro dias desaparecido. As imagens dele sendo socorrido, ainda no local, mostram um homem totalmente diferente das fotos divulgadas. Gilmar aparece desidratado e fraco, vestido apenas de cueca. Ele teve de ser colocado em uma rede para sair do local, de tão fraco que estava.
Por motivos que ainda não se sabe, Gilmar abandonou o veículo em que trabalhava nos arredores da Vila Café e se embrenhou na mata. De lá para cá, a mobilização foi grande. Envolveram-se na busca, policiais militares, bombeiros, colegas de trabalho, Guarda Florestal e também a Guarda Municipal, que levou o cão farejador Snider, um pastor belga malinois, especializado em resgate de seres humanos.
Mas, no final das contas, quem terminou encontrando Gilmar foi o casal de camponeses Glaucia e Claudeci, junto com seu “Ceará”. Eles já sabiam das buscas e se depararam com o taxista caído na beira do Rio Sororó, como se estivesse bêbado, mas ele estava era debilitado, de fome e de sede.
Leia mais:Ontem, representantes da Associação dos Taxistas de Lotação de Marabá (ATLM) voltaram ao sítio do casal e entregaram uma recompensa de R$ 1 mil por eles terem encontrado Gilmar. No vídeo, divulgado por Rogério Soares, presidente da ATLM, a família que achou o rapaz diz que a maior recompensa foi ter podido ajudar.
Depois de ser retirado da mata, Gilmar foi levado diretamente para o HMM, onde a esposa dele, Benta Pereira, a “Beth”, gravou um vídeo mostrando como ele estava. No vídeo o taxista aparece deitado em um leito, todo embrulhado, enquanto Beth informa que ele está voltando a se comunicar. “Está se recuperando”, resume.
Quando Gilmar foi encontrado, ele tentou falar, mas sua voz não saía. Além disso, o taxista apresentava uma lesão no ouvido, que pode ter sido causada por ele ter dormido com um lado do rosto dentro d’água ou ser ferimento provocado por algum inseto.
Embora Gilmar tenha sido encontrado pelos moradores da área, o auxílio do cão farejador da Guarda Municipal foi exaltado porque direcionou as buscas e evitou uma perda de tempo, como explicou o coordenador do Grupamento de Operações com Cães, da GM.
Segundo ele, o cão farejador foi colocado em contato com o cheiro de Gilmar, através das roupas dele, e no dia das buscas seguiu uma trilha até perto do rio, onde perdeu o rastro devido à água, justamente perto do local onde o taxista foi encontrado. (Chagas Filho)