No fim da manhã desta terça-feira (28), moradores do Bairro Belo Horizonte, em Marabá, relataram ao Portal Correio de Carajás a ocorrência de um incêndio em um bosque situado no logradouro. De acordo com informações, o sinistro teria se iniciado em uma cerâmica. Homens do Corpo de Bombeiros e da prefeitura atuaram no combate às chamas. Vídeos e fotos mostram a piscina de uma casa invadida pelas cinzas.
Os primeiros registros do incêndio descortinam um pé de coco babaçu em chamas na conhecida Arena Tatuzão. O local é cercado por residências. “É uma pena. Um lugar arborizado, enorme, antigo na nossa cidade, agora devastado pelo fogo. É triste”, comenta a moradora Glenda Pompeu em vídeo.
Glenda mora na localidade e conversou com o veículo de comunicação por mensagem. Ela narra que foi chamada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam), presente na ocorrência, para ceder as imagens do incêndio que fez com o seu celular.
Leia mais:A residente chegou a entrar na zona em chamas com o aparelho e registrou o momento. Diante do calor que ali fazia, ela logo tratou de sair do local. “Caraca! Que perigo!”, expressou ela, pedindo valorização da saúde das pessoas.
Além dos Bombeiros, atenderam à ocorrência a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e o já citado Comam. O incêndio foi controlado momentos depois da intervenção, para alívio da comunidade local.
CONSEQUÊNCIAS
A composição da fumaça de queimadas pode causar diversos problemas à saúde. Entre os mais leves, estão ardência na garganta, tosse seca, cansaço, falta de ar, dificuldade para respirar, dor de cabeça, rouquidão, lacrimejamento e vermelhidão nos olhos. Além disso, por afetar as vias respiratórias, pode acarretar em crises de doenças como rinite, sinusite e bronquite.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, que fique registrado, a problemática das queimadas urbanas se avoluma. Isso porque a covid-19 ataca, sobretudo, as vias respiratórias dos indivíduos.
Idosos e crianças são os principais prejudicados, visto que possuem maior probabilidade de desenvolverem doenças mais severas, como a doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência respiratória e cardiovascular, pneumonia e, caso haja alto índice de exposição, câncer.
MÊS DAS QUEIMADAS
Conforme o major Felipe Galúcio, do 5º Grupamento Bombeiro Militar, agosto será o mês das queimadas em Marabá devido aos fortes ventos. Ele conversou com a Reportagem há algumas semanas.
Atualmente, o 5º GBM recebe, em média, três chamados para atender a ocorrências de queimadas no município por dia. Para Galúcio, a consciência da população é essencial para se evitar a prática.
Cabe lembrar que queimada é crime passível de punição, cabendo à Semma proceder com as sanções aos infratores. Há a possibilidade de multa e de condução à delegacia quando for necessário.
MESMO COM PROIBIÇÃO
Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em meados deste mês proíbe queimadas em todo o país por 120 dias, com vistas ao período de maior incidência da prática — os meses de agosto a outubro.
Dados oficiais apontam que a suspensão das queimadas no ano passado ocorreu em meio ao aumento dos incêndios, principalmente na Amazônia, e reduziu a aplicação do fogo em áreas rurais em 16%.
A exceção é para queimadas controladas em áreas que não estejam localizadas na Amazônia Legal e no Pantanal, quando imprescindíveis à realização de práticas agrícolas, e desde que autorizadas previamente pelo órgão ambiental estadual. (Vinícius Soares)