O papa Francisco tem demonstrado preocupação com os mais vulneráveis durante a pandemia do novo coronavírus. Na manhã desta segunda-feira (13), a apreensão virou doação de um respirador pulmonar à ala do Hospital de Campanha destinada a indígenas. A unidade é referência para tratamento de pacientes diagnosticados com a covid-19 em Marabá. O ato foi convocado pelo bispo diocesano dom Vital Coberllini, que levou o equipamento às mãos do diretor clínico Roberto Said Boutros ao lado de religiosos e profissionais de saúde.
Antes de entregar o aparelho, Coberllini conclamou os presentes a uma oração pelos pacientes internados no hospital. “Nós louvamos a Deus por este tão importante ato do papa Francisco, que olha com carinho [para] os povos da Amazônia. Este respirador pulmonar vem para ajudar a recuperar os povos indígenas. É muito significativo para nós”, expressou. “Que Deus nos abençoe e que a vida possa continuar. É o que nós desejamos, sobretudo para os povos indígenas, que são os mais vulneráveis”, ponderou.
No fim do último mês, Francisco doou 35 respiradores artificiais para auxiliar 13 países, entre eles o Brasil, no combate ao novo coronavírus. Três equipamentos foram destinados a hospitais do Pará. Um deles ficará no Hospital Divina Providência, em Marituba. Outro respirador mecânico foi destinado ao Barco-Hospital Papa Francisco, para atender a comunidades ribeirinhas do oeste do Pará. Cada aparelho custou em média R$ 80 mil e foi importado da China.
Leia mais:O diretor clínico do hospital, Roberto Said Boutros, foi quem recebeu o respirador do lado de fora. Na ocasião, ele agradeceu pela caridade do papa e sustentou que a atual conjuntura pede união. “Toda ajuda é bem-vinda, ainda mais abençoada. Eu gostaria de agradecer a toda a imprensa, agradecer ao papa Francisco e agradecer a todos os presentes. O nosso trabalho está sendo reconhecido. Isso nos traz alegria e gratidão também. Esse é um momento de união”, penhorou.
De acordo com a Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa), o hospital está atendendo 96 pacientes, sendo 39 em leitos de terapia intensiva e 57 em leitos clínicos. No total, 608 pessoas já foram assistidas no local. 359 destas receberam alta, o equivalente a 59% de recuperação. Como saldo negativo, 153 não resistiram às complicações impostas pela doença e faleceram. Atualmente, dois indígenas estão internados na ala exclusiva aos povos tradicionais. (Vinícius Soares)