O juiz Caio Marco Berardo, respondendo pela Vara Única da Comarca de Itupiranga, revogou nesta quarta-feira (1º) a prisão preventiva do pecuarista Ismael Ferreira de Brito, morador de Araguaína, no Tocantins, denunciado pela morte de Carlos Roberto Pereira, ocorrida em Itupiranga, no sudeste paraense, no dia 13 de abril deste ano.
Ismael foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Pará como uma das pessoas que estavam no local da morte de Carlos, alvejado por disparos de arma de fogo quando transitava pela Vicinal 13, na companhia do filho, uma criança que conseguiu fugir no momento do crime.
A criança testemunhou reconhecendo Ismael como a pessoa que conduzia a caminhonete de onde partiram os tiros. Conforme ela, o pai conduzia uma motocicleta pela via quando Ismael, que é conhecido da família, teria sinalizado para que a vítima parasse e se aproximasse do automóvel. Carlos teria se aproximado, sem desconfiança, e dois indivíduos não identificados teriam abaixado o vidro e efetuado os disparos.
Leia mais:Ainda conforme a denúncia, a possível motivação seria um negócio jurídico de compra e venda de um imóvel no valor de R$ 150 mil, firmado entre vítima e denunciado. A promotoria sustenta que Ismael desistiu do negócio e devolveu a terra, porém estaria incomodado com a demora na devolução do valor investido.
Ismael foi preso no dia 30 de abril e recolhido na Casa de Prisão Provisória de Araguaína (CPPA). Os advogados que atuam no caso, Arnaldo Ramos e Railson Campos, protocolaram, entretanto, prova técnica apontando que o pecuarista não estava no local do crime no dia dos fatos.
Conforme a defesa, é certo que Ismael estava em Araguaína, distante cerca de 350 km do Itupiranga. Dentre as provas, os advogados anexaram ao processo informações sobre as ERB´s (Estação Rádio Bases) do acusado, fornecida pela operadora de telefonia dele, e comprovante de cartão de crédito de compra efetuada em cidade do Tocantins.
Ao revogar a prisão, o juiz determinou, dentre outras coisas, que o denunciado utilize monitoração eletrônica e o proibiu de manter contato com testemunhas, familiares e demais envolvidos no caso. Ismael também terá que se recolher em casa entre 22 horas e 5 horas, durante a semana e aos finais de semana. (Luciana Marschall)