Aos poucos, uma série de áreas que estavam com funcionamento proibido desde o acirramento da pandemia, em março, estão retomando as atividades presenciais. E chegou a vez agora das instituições religiosas. O último decreto do Município que versa sobre as medidas de combate à covid-19, prevê a reabertura de igrejas para cultos e missas, mas, com restrição de apenas 30% da capacidade comportada pelos templos.
Além disso, as instituições religiosas devem seguir rigorosamente as medidas de segurança e higienização dos espaços, que estão estabelecidas no Decreto Municipal Nº 61/2020, como limitar o total de lotação a 200 pessoas no máximo, manter distanciamento de um metro e meio, fornecer água, sabão, e álcool em gel 70%, além de exigir o uso de máscara para adentrar as igrejas.
Entre as maiores igrejas evangélicas de Marabá estão a Assembleia de Deus e a Adventista do Sétimo Dia, ambas com 130 e 50 templos espalhados pela cidade, respectivamente. A Reportagem do Portal Correio conversou com dois líderes de cada igreja, para saber como está sendo o retorno após atualização do decreto.
Leia mais:O pastor Amarildo Coelho, secretário-geral da Assembleia de Deus Missão, em Marabá, é o líder religioso do templo ‘Boas Novas’, no Bairro Laranjeiras. Ele explica que no dia 22 de junho foi realizado um culto de retorno, para celebrar a volta dos fiéis para o templo, e que atualmente está sendo realizado mais de um culto por dia, para evitar aglomeração e mais fiéis poderem comparecer. “Percebemos que os membros do templo estavam com saudade de adentrar a casa de Deus, pois existe uma necessidade de manter esse contato espiritual presencialmente. A igreja vem como um apoio emocional e espiritual para as pessoas nesse tempo tão difícil”, explica Amarildo.
Ainda segundo o pastor, as medidas de segurança e higienização estão sendo criteriosamente seguidas em todos os templos, principalmente em relação à lotação dos espaços.
“O maior templo que temos, é o da Cidade Nova, lá cabe até mil pessoas, mas seguindo o decreto foi limitado a apenas 200. No entanto, estima-se que no culto de retorno só tenha comparecido uma média de 50 a 100 pessoas, pois muitos membros ainda estão receosos, principalmente os que fazem parte do grupo de risco”, diz Amarildo.
Em seu templo, o Boas Novas, por exemplo, a capacidade é de até 140 pessoas, mas tirando apenas 30% da capacidade, só poderiam comparecer 42 pessoas.
Para o pastor Kléber Félix, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o retorno está sendo feito de forma cuidadosa e gradativa, também respeitando as exigências do decreto. “Nosso primeiro culto pós decreto foi realizado na quarta-feira (24), e tivemos poucos membros comparecendo, o que é normal, entendemos que muitas pessoas estão receosas, apesar de mantermos todas as medidas do decreto”, explica Kléber.
Kléber lidera três igrejas adventistas em Marabá, sendo uma na Av. Getúlio Vargas, na Marabá Pioneira, outra na Rua Silvino Santis, no Bairro Santa Rosa, e outra na Folha 33. “Até o momento, só retomamos os cultos nas duas localizadas no Núcleo Velha Marabá, pois entendemos que esse retorno deve ser feito com calma e cuidado”, diz Kléber.
Em ambas as igrejas da Velha Marabá, a capacidade chega a uma média de 40 e 50 pessoas, no entanto, na da Rua Getúlio Vargas compareceram 22 membros e na do Silvino Santis, 27 membros.
IGREJA CATÓLICA
Se para os evangélicos o retorno já está acontecendo, para os católicos, vai ser necessário esperar um pouco mais. O bispo dom Vital Corbellini, fez um comunicado por escrito aos sacerdotes, diáconos e lideranças das comunidades, para que as missas apenas retornem presencialmente, como dita o decreto, a partir do dia 1º de julho.
“Considerando os decretos municipais, aonde se preveem a presença de 30% nas celebrações eucarísticas, determinamos que as missas deverão continuar a ser celebradas via on-line, porque nem todas as pessoas participarão das missas (presencialmente), pelo número limitado de pessoas nas igrejas”, avalia o bispo.
Falando sobre a observância das normas sanitárias do decreto, o dom Vital comunicou que caberá ao titular de cada paróquia o rigor no controle do acesso dos fieis, a de forma a não superlotar os templos. No caso de possível multa, por exemplo, por desobediência às limitações, a mesma será assumida pela paróquia e não pela Diocese.
Além disso, o bispo tomou a liberdade de estabelecer orientações específicas para a Igreja Católica e cada comunidade seguir nas celebrações.
“No momento da Comunhão, os fiéis devem respeitar o distanciamento aconselhado. Se for o caso, marcar-se-ão as distâncias no pavimento da igreja. Os ministros que a distribuem usarão máscara. A comunhão será dada na mão. O fiel retirará a máscara para comungar e a colocará novamente; No caso de o sacerdote celebrante ser mais idoso ou pertencer a algum grupo de risco, deve ser substituído, na distribuição da Comunhão, por algum diácono ou ministro extraordinário”, determina o bispo.
O bispo encerra, informando que “ficam suspensos os encontros de catequese, atividades pastorais em geral, festas de padroeiros e eventos que possam gerar aglomeração de pessoas”. (Zeus Bandeira)