Um dos últimos remanescentes da primeira leva de fotógrafos de rua de Marabá partiu às 3 horas da madrugada desta terça-feira (12): o veterano Natal Pereira Mourão, de 67 anos. Ele passou uma semana internado no Hospital Municipal, aguardando surgimento de leito de UTI no Hospital Regional, o que não aconteceu há tempo. Não resistiu a uma pneumonia.
Natal era natural de Grajaú, no Maranhão, e chegou a Marabá em 1979, tendo, portanto, 40 anos de radicado aqui na cidade. Foi um grande parceiro de outro histórico fotógrafo, o também falecido Miguel Pereira – do qual, apesar do mesmo sobrenome, não era parente. Eles dois e outros tantos, exploravam o comércio de fotos em praças e eventos, registrando casais, famílias, revelando os filmes e depois vendendo as fotos no endereço deles.
Com o tempo, tal atividade foi perdendo espaço, com o advento das câmeras pessoais, mas Natal continuou na atividade, ainda fotografando batizados, formaturas, aniversários e casamentos. Foi um dos primeiros a oferecer quadros, álbuns e outras variedades, de algo que é muito comum hoje com grandes estúdios fotográficos. Com esse trabalho, Natal construiu a sua vida, criou filhos e ajudou a criar netos, sempre muito respeitado entre colegas e comunidade em geral.
Leia mais:Ele foi também por muitos anos, uma das principais fontes de fotografia para o Correio do Tocantins (precursor deste Jornal Correio) nas décadas de 1980 e 1990, embora nunca tenha sido funcionário oficialmente, mas nos vendendo material que tinha enorme aproveitamento. Foi por meio dele, que o seu cunhado Evangelista Rocha, até hoje na nossa equipe, se tornou fotógrafo do jornal.
Vida pessoal
Quando veio para Marabá em 1979, Natal Pereira tinha uma missão como apontador na Construtora Brasil – empreiteira da ferrovia. Não demorou a se fixar apenas na profissão de fotógrafo. Em 1982 se casou com Conceição da Rocha Mourão, com quem teve os filhos: Moisés da Rocha Mourão, Natal Mourão Filho, Thayse da Rocha Mourão e Leonardo da Rocha Mourão. Era avô de nove netos.
Sua morte foi muito lamentada no meio fotográfico, como na postagem do colega de profissão Geraldo Amaral: “Marabá e região hoje estão de luto, ao perder um grande profissional de fotografia, nosso colega, nosso amigo. Que Deus o tenha e coloque em um bom lugar. Por muitos anos ele registrou os momentos de muita gente em Marabá. Fotógrafo parceiro, pessoa de bem. Obrigado, Natal Pereira”.
Da parte do Jornal CORREIO, o nosso editor Patrick Roberto Carvalho destaca a importância de Natal na história da fotografia em Marabá. “Foi um homem simples, mas que sabia o que fazer. Profissional respeitado e que até hoje militava na fotografia. Mantinha e cuidava de seus clientes com muito cuidado. Suas fotos em grandes momentos da cidade estão imortalizadas nas páginas dos primeiros 20 anos do jornal”.
Diante das regras municipais que vetam velórios e limitam a quantidade de pessoas nos sepultamentos, o funeral de Natal aconteceu sem a presença dos tantos amigos que constituiu ao longo de quatro décadas de Marabá. (Da Redação)