Em vídeo disseminado nas mídias instantâneas, a médica cirurgiã Tatiana Carvalho pondera que Marabá alcançou a fase crítica de assistência à covid-19, posto que os hospitais do município (regra que vale para as redes pública e privada) vivem estado de superlotação, ao passo que o número de infectados aumenta.
Dentro do carro e com o jaleco sobre o encosto do banco, Tatiana afirma que os números apresentados pela prefeitura nos informes epidemiológicos não conjugam com a realidade por falta de insumos para a coleta de exames. A cidade, aliás, assinala índice de 23,5% de letalidade, dado que pode se revelar menor com a confirmação de possíveis casos subavaliados.
Na ocasião, Tatiana pediu mais apoio da Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) no sentido de intervir na insistente problemática da subnotificação. “Marabá é referência não só para a nossa população, como também para outros 23 municípios”, salienta a médica, pedindo confinamento social.
Leia mais:Citada por Tatiana, a subnotificação ocorre quando os números de casos apresentados são inferiores à realidade. O último epidemiológico, publicado nesta segunda-feira (4), aponta que há 51 casos confirmados do novo coronavírus na cidade, mas a quantidade pode ser maior.
Neste sentido, há poucos dias, a diretora de Vigilância em Saúde, Sabrina Acioly, admitiu em um grupo de WhatsApp intitulado “Médicos da Atenção Básica” que os testes realizados pela rede privada não estavam sendo contabilizados nas estatísticas do município porque são sorológicos.
Conforme Sabrina, esses exames não são validados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas os RT-PCR, realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Belém. Entretanto, o CORREIO apurou junto à prefeitura que os novos epidemiológicos serão atualizados com os dados dos testes sorológicos. (Vinícius Soares)