Correio de Carajás

Desabastecimento: Prateleiras cada vez mais vazias

A greve dos caminhoneiros chega ao 9º dia nesta terça-feira (29), afetando mais estabelecimentos comerciais em Marabá. Farmácias e mercados são os mais prejudicados, seja pela falta de medicamentos, seja pela escassez de produtos no setor de hortifrutis. O CORREIO esteve nas ruas para ouvir comerciantes e consumidores, que temem pela falta de produtos como arroz e feijão nos próximos dias. “Eu estou com medo de ficar sem arroz, sem feijão, porque a demanda está muito grande”, confirmou Lorena dos Santos Carvalho, proprietária de um mini mercado, no Bairro Araguaia.

Ela contou à reportagem que sempre compra de grandes distribuidoras para revender os produtos no seu comércio, porém, nesses dias está sendo difícil encontrar mantimentos. Além disso, revelou que só não foi mais prejudicada pela situação, porque tinha muitos produtos em estoque. Um dos administradores do Mix Mateus, Neilton de Oliveira Santos, disse mais uma vez ao Jornal que não há previsão para normalizar o problema do desabastecimento de hortifruti e demais produtos alimentícios no curto prazo.

Aos poucos, gêneros de primeiras necessidades estão sumindo das prateleiras

“Continua a faltar, não está vindo nada. Conseguimos um pouco de tomate, porque um fornecedor local tinha o produto. Mas não deu para suprir a necessidade. E se continuar essa greve até quarta, quinta ou sexta, vai começar a falta arroz e feijão, mantimentos principais do prato do consumidor”, informou. Para a consumidora Beatriz Silva Vieira, estes dias estão sendo desafiadores para o marabaense.

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“Está faltando muitas verduras, quase não tem. E as que têm não estão conservadas, além de estarem caras”, reclamou. Segundo a dona de casa, a esperança é que a situação melhore nos próximos dias. “A gente é a favor dessa greve, mas percebe que começa a afetar toda a população”, conclui. Rilkson dos Santos Lima, proprietário de uma drogaria no núcleo Cidade Nova, contou que toda a sua mercadoria está chegando atrasada. “Eu fiz o pedido quarta-feira passada, algumas mercadorias chegaram, mas outras ainda estão em atraso devido à essa manifestação dos caminhoneiros”, reforçou. Embora tenha sido prejudicado, ele confirmou que é a favor do movimento. “O nosso governo está deixando a desejar e cobrando muito imposto. Então essa manifestação é bem-vinda”.

Até os serviços do hemocentro de Marabá já começam a sentir os efeitos da paralisação dos caminhoneiros. Em contato com a Assistente Social da unidade local, Mônica Thompson, foi informado ao Correio que os estoques de bolsas de sangue já começam a preocupar. “Estamos começando a sentir o impacto dessa mobilização. Faltam doadores e o transporte de material também está sofrendo os efeitos”, comentou.

Rodovias

Embora o presidente Michel Temer tenha previsto que a paralisação dos caminhoneiros termine até esta terça-feira (29), nenhum indicativo de desmobilização foi dado, pelo menos até o final desta segunda-feira (28). Em Marabá, a BR-155 continuava tomada por caminhões e manifestantes a favor da paralisação. “As rodovias estão desbloqueadas, porém caminhões não passam. E acaba que isso afeta a questão de desabastecimento na cidade”, confirma o agente da Polícia Rodoviária Federal Nunes.

Ele confirmou que não há mais gasolina e etanol no município, apenas óleo diesel em alguns postos. Segundo o PRF, o ponto com maior número de caminhões parados está em Eldorado dos Carajás. (Nathália Viegas com informações de Josseli Carvalho e Chagas Filho)