Correio de Carajás

Na pandemia, Miguelito pede intervenção do MP por mensalidade menor no ensino superior em Marabá

Atualização 29 de abril de 2020 por

Uma representação protocolada no âmbito da Promotoria de Justiça do Consumidor reivindica a equiparação das mensalidades dos cursos presenciais, nas universidades particulares, com as da modalidade de ensino a distância (EaD) em Marabá. Seguindo orientações do Ministério da Educação (MEC), as aulas presenciais foram suspensas em função da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), e o EaD passou a ser adotado como alternativa para driblar a crise.

Com menores custos para as instituições de ensino, os cursos à distância têm mensalidades mais baratas. Agora que a estratégia foi disseminada para cursos antes presenciais, os alunos reivindicam a redução do valor cobrado, além de outras medidas, visto que os gastos com energia, água, manutenção do espaço, alimentação e outros deixaram de ser uma preocupação das universidades.

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Um dos acadêmicos insatisfeitos com os preços ainda praticados pelas instituições privadas é o vereador Miguel Gomes Filho, o Miguelito, que ingressou com o pedido no Ministério Público do Pará (MPPA) considerando os ‘enormes transtornos’ que a pandemia trouxe. Com 62 anos de idade e três décadas de atuação no Legislativo de Marabá, ele é acadêmico da Faculdade Carajás, onde deve concluir o curso de Direito até o fim do ano.

Via e-mail, a representação foi remetida ao órgão ministerial na tarde desta terça-feira (28), Dia Internacional da Educação. Nela, o parlamentar de sete mandatos aponta que a plataforma EaD não se mostra acessível a todos os alunos, haja vista que muitos não dispõem de computador ou mesmo internet em suas casas, o que inviabiliza a continuidade do curso de maneira remota.

Miguelito sustenta, ainda, que a cobrança da educação a distância como se fosse presencial pode se caracterizar enriquecimento ilícito. A prática, se aplicada por empresa (como é o caso das universidades privadas), não é considerada crime, mas consta no projeto “10 medidas contra a corrupção”, do Ministério Público Federal (MPF).

PROPOSTAS NA MESA

A fim de promover um ‘justo equilíbrio’ entre as particulares e os universitários, o vereador sugere que o valor dos cursos presenciais seja igualado ao dos ministrados a distância ou que haja um desconto de pelo menos 30% nas mensalidades, “uma vez que é latente o prejuízo dos alunos, que estão tendo de arcar com custos sem o devido retorno de outrora”.

Miguelito pontua, além disso, outras recomendações como forma de contornar o impasse, entre elas que as universidades introduzam mais de um modo de avaliação de nota, não reprovem os alunos por falta, não alterem o coeficiente de rendimento individual com as notas do atual semestre, ofereçam alternativas para a reposição de aulas e avaliações e permitam o trancamento da matrícula sem taxas, “tendo em vista que muitos discentes não poderão dar continuidade aos seus estudos por motivo de força maior”.

Em negrito, como último tópico, o parlamentar solicita que as mesmas medidas sejam estendidas a todas as escolas e creches particulares da cidade, “uma vez que estão em situação análoga [ao verificado nas universidades], prejudicando toda uma coletividade”.

Em nível nacional, a União Nacional dos Estudantes (UNE) ingressou com representação no MPF no dia 31 de março. Na ocasião, a entidade reuniu mais de 40 mil assinaturas em abaixo-assinado pedindo intervenção do órgão para redução das mensalidades junto à Justiça. Além da diminuição, a UNE ansiava que os alunos não tivessem as matrículas cortadas por falta de pagamento enquanto durasse a pandemia. (Da Redação)