Há pouco mais de um mês, o primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) foi confirmado no Brasil, no estado de São Paulo. Desde então, um número crescente de infectados se alastrou por todo o território nacional, fazendo com que governantes determinassem medidas preventivas, visando achatar a curva de contaminação.
A principal estratégia adotada para combater a disseminação da doença, no Brasil e em diversos países do mundo, é o de isolamento social. Diante do novo cenário, familiares passaram a conviver 24 horas por dia dentro de casa, acompanhando, quase que continuamente, notícias sobre a pandemia. Mas, como agir quando este isolamento é transformado em ansiedade e se manifesta como nervosismo ou agitação?
Pensando nisso, o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), unidade gerenciada pela Pró-Saúde em Altamira, traz orientações sobre como este período pode ser melhor aproveitado, além de dar opções de entretenimento e dicas que podem trazer um pouco de tranquilidade e inteligência emocional para lidar com a situação.
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De acordo com Paula Costa, psicóloga do HRPT, o período de isolamento pode causar um mal-estar psicológico, mas é importante sempre observar tudo com otimismo. “Nós não devemos pensar que estamos passando por uma punição, mas sim que é uma situação de preservação para contribuir por um bem comum para o próximo. É importante lembrar também que logo isso vai passar”, orienta.
A profissional afirma que, como seres humanos, é completamente normal sentir um pouco de solidão, e que esse momento pode ser aproveitado para refletir e potencializar a possibilidade de ficar sozinho. Além disso, mesmo em casa, é importante manter uma rotina produtiva, com horários determinados para acordar, comer, dormir e executar tarefas.
Paula alerta, ainda, a respeito das fake news, ou notícias falsas, que circulam principalmente nas redes sociais. Segundo ela, o excesso desse material é prejudicial e pode desencadear ansiedade ou medo. “As pessoas podem cair na armadilha da hiperinformação, o que pode acabar trazendo angústia de forma exagerada”, explica.
Por outro lado, a psicóloga orienta a utilizar a tecnologia a seu favor, como realizar chamadas de vídeo com a família e amigos, ou ainda, usar o celular como uma ferramenta de estudos ou entretenimento. “Lembrando que não podemos ficar fissurados ao uso da tecnologia, mas usar de forma positiva”, recomenda.
“O mais importante é evitar o pensamento individualista e pensar sempre no coletivo, que estamos fazendo isso por nós e por um bem maior. Também é essencial observar tudo numa boa perspectiva e ser solidário, é o momento ideal para trabalharmos isso. E, claro, não esquecer aquelas orientações básicas de lavar as mãos, evitar aglomerações e não sair de casa”, finaliza Paula.
Dicas
– Evitar o excesso de informação;
– Tentar não falar o tempo todo sobre o assunto;
– Manter a rotina normal ou criar uma nova rotina;
– Aproveitar o momento em família;
– Procurar fazer o que gosta: ouvir música, ler um livro, cozinhar;
– Cuidado ao compartilhar notícias que possam ser falsas;
– Utilizar a tecnologia para conversar com familiares;
– Cuidar de você, se manter ativo e com uma alimentação saudável;
– Não banalizar o risco para fugir do medo;
– Não antecipar sofrimento;
– Praticar a autoconfiança.