O receio do novo coronavírus tem feito as pessoas se trancarem em suas casas, promovendo um isolamento social para evitar o contágio e a proliferação. Com isso, os hábitos da rotina precisaram ser adaptados para os domicílios, como a prática de exercícios físicos, e a alimentação também precisa de uma atenção especial, mais voltada para o aumento da imunidade.
Com o Decreto nº 609 do Governo do Estado, diversos estabelecimentos – que causam aglomerações de pessoas – acabaram por suspender seus serviços. As academias foram afetadas e seus clientes também, os quais precisaram se adequar ao Decreto nº 26/2020 do Município que também suspendeu as atividades de locais que provoquem aglomerações por 15 dias.
Desde então, profissionais como Wanderson Rego vêm utilizando as redes sociais como uma alternativa para quem ainda quer continuar se exercitando, mas, em casa. O personal trainer disponibilizou vídeos em seu Instagram, dando dicas de exercícios que podem ser feitos em casa, bem como, agendou transmissões ao vivo para que os internautas pratiquem as atividades com orientações dele.
Leia mais:“Eu queria ajudar as pessoas, através do meu trabalho, nesse período da quarentena. Como precisamos ficar em casa, temos de utilizar das ferramentas que possuímos, como a tecnologia, que nesse momento tem se mostrado nossa melhor aliada”, explica Wanderson.
E ele acrescenta que os exercícios são bons para qualquer pessoa, desde que sejam recomendados por um profissional habilitado pelo Conselho Regional de Educação Física. “O importante é buscar seguir as instruções do profissional a risca, principalmente pela segurança durante a prática”, aconselha Wanderson.
Lembrando que para praticar exercícios, mesmo que em casa, é necessário utilizar vestimentas adequadas, que devem “ser leves, com elástico, de preferência específicas para atividades físicas”, pontua Wanderson.
O personal acrescenta que a prática de atividade física é importante para manter a imunidade alta, algo que nesse período é fundamental.
A empresária Ana Cristina Lacerda criou um neologismo para denominar a atividade física em tempos de quarentena: “isolamento ativo”. Proibida de correr na rua, ela resignou-se na esteira que tem em casa, mas também reuniu amigas e vão utilizar, a partir da noite desta terça-feira um aplicativo chamado “Zoom” para participarem de uma aula de Ioga com a instrutora Patricia Pugliese. “Às 19h30 farei aula de mobilidade com a minha equipe de corrida do Vumbora”, antecipa.
Ana Lacerda montou uma programação de atividades físicas em casa, mas também com folga para trabalho e preparo dos alimentos. “Mantive a alimentação saudável, nada de bobagem para comer. Frutas e verduras foram separadas, receberam o preparo adequado e foram congeladas para consumo.
E A ALIMENTAÇÃO?
Por falar em imunidade alta, há outra forma de garantir resistência combinando com os exercícios em casa: a alimentação saudável. Por conta do isolamento, o impacto na rotina causa uma calmaria que, consequentemente, afeta na alimentação, já que há um gasto menor de energia e o consumo de alimentos calóricos deve aumentar.
A nutricionista Mariana Oliveira orienta aos isolados que reduzam a quantidade das porções, bebam bastante água, acrescentem alimentos ricos em fibras na rotina, e sigam horários para não gerar compulsão, ou seja, o desejo de querer comer a todo tempo.
“O ideal seria aumentar a quantidade de frutas, verduras, e alimentos naturais. No caso da água, o cálculo seria 37ml por kg, então é interessante usar uma garrafinha para ingerir a quantidade necessária. Após esses princípios básicos, é bom incluir na rotina alimentos antioxidantes como gengibre, limão, e alho que são anti-inflamatórios e tem ação antimicrobiana”, explica Mariana.
Sobre os alimentos que devem ser evitados, a nutricionista coloca os instantâneos e industrializados no topo da lista, pois não irão oferecer o aporte nutricional que o corpo necessita para elevar a imunidade.
“Esses alimentos prejudicam o funcionamento do fígado e geram um efeito em cascata que sobrecarrega os outros órgãos e levam o nosso corpo ao desequilíbrio. Lembrando que são produtos pobres em nutrientes e ricos em sódio, conservantes, realçadores de sabor e bastante calóricos. Outro agravante é que a maioria é rica em açúcares, o que levaria a um descontrole glicêmico, perigoso para o diabético, que está no grupo de risco do coronavírus”, alerta Mariana.
Por fim, a última dica da nutricionista é manter horários para realizar as refeições diárias. Desta forma, evita-se o consumo excessivo de alimentos, ajudando diretamente no aumento da imunidade, que é tão importante em tempos de isolamento”.
ALERTA FAKE NEWS!
Com a propagação de informações falsas sobre o novo coronavírus foi impossível que não surgisse uma sobre alimentos que poderiam ‘curar’ a Covid-19. Mas, Mariana adianta que não existe nenhum alimento milagroso que consiga essa façanha. “O ideal mesmo é evitar o contato físico, higienizando sempre as mãos com água, sabão, e álcool em gel”, recomenda a nutricionista.
Sobre isso, a Organização Mundial de Saúde informa: “Até o momento, não há vacina nem medicamento antiviral específico para prevenir ou tratar a Covid-2019”. O mesmo diz o Ministério da Saúde: “Até o momento, não há nenhum medicamento, chá, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus”. (Zeus Bandeira)