Lanchonetes, bares, restaurantes e comércio em geral precisaram investir no serviço de entrega a domicilio, após a publicação do Decreto nº 609 do Governo do Estado, que regulamenta os atendimentos no comércio, como prevenção à transmissão do Covid-19. Com cinco casos já confirmados, sendo um de Marabá, boa parte da população se enclausurou em sua residência para evitar o contágio.
Como alternativa para quem sempre gosta de ir fazer um lanche fora de casa ou conferir tendências em lojas de roupa, os atendimentos virtuais e deliverys (de entregas em domicílio) têm se sobressaído em meio a uma possível crise no mercado local.
A empreendedora Rayane Munaldi possui uma loja de moda feminina que sofreu os impactos dos isolamentos da população. “Desde o fim da semana passada eu notei que as clientes que nos visitavam já apresentavam certo receio ao tocar nas coisas. Na última semana, o fluxo caiu, foi notório que as pessoas deixaram de sair de suas casas por conta do Covid-19”, reconhece Rayane.
Leia mais:Com efeito, a empresária decidiu investir em uma atividade que realizava antes, os atendimentos delivery. “Vivemos a Era do E-Commerce, então, intensifiquei a divulgação via redes sociais e reforcei os atendimentos no WhatsApp. Lá, tiro dúvidas, envio fotos das novidades da loja e, principalmente, garanto para as minhas clientes que estamos tomando medidas para prevenir o contágio, como higienização das sacolas e superfícies onde embalamos os produtos, além das mãos, é claro”, explica Rayane.
Atitude como a da empresária foi a saída que comerciantes encontraram de preservar o isolamento que seus clientes decidiram manter. Levando em consideração as despesas, como funcionários e contas para pagar, as redes sociais e aplicativos de troca de mensagens se tornaram aliados para quem precisa manter seus negócios funcionando.
No setor de alimentos, o delivery também foi intensificado – como já era muito utilizado por empresas da área – agora ele passou a ser mais procurado por quem está em isolamento. Yago Reis empreende desde julho de 2019 no ramo de açaí, atuando com entregas em domicílio, e com a pandemia do novo coronavírus ele viu a sua demanda aumentar.
“Geralmente, recebemos entre oito e dez pedidos por dia, mas agora que as pessoas estão se isolando eu percebi que a demanda aumentou. No final de semana, por exemplo, recebemos 34 pedidos, sendo 16 no sábado e 18 no domingo. Isso fora os cancelamentos, que ocorrem quando percebemos que não vamos conseguir entregar o produto devido ao tempo, ou quando acaba mesmo”, conta Yago.
Mas, os cuidados são tomados na hora de realizar os serviços para evitar o contágio pelo coronavírus. Yago garante que as frutas são lavadas corretamente conforme normas de Vigilância Sanitária, a máquina do cartão e o celular são higienizados com álcool em gel, bem como as embalagens e a caixa térmica onde coloca o açaí.
“Nós também pensamos na situação da enchente, que desabrigou os idosos do Lar São Vicente de Paulo. Por isso, destinamos R$ 1,00 de cada pedido que recebemos para ajudar a instituição que está passando por um momento difícil com as cheias dos rios”, completa Yago.
DE PNEUS REINVENTOU-SE
Segundo o empresário Bartolomeu dos Santos Fonseca, diretor do Grupo DE PNEUS, as empresas reinventaram-se para não perder clientes e alinhar-se aos decretos das autoridades para evitar aglomeração de pessoas nos tempos de coronavírus. Os serviços tradicionais de troca de pneus, alinhamento, revisão preventiva, troca de filtros e óleo e mecânica em geral continuam sendo feitos.
Mas agora, o cliente liga, a empresa envia um condutor que vai à residência, e quando entra no veículo, põe protetor de plástico que cobre banco, volante e câmbio, para evitar contato. O carro é levado para a loja, o serviço é realizado e, na hora da entrega, o plástico é retirado e o cliente tem opção de pagar por meio de cartão ou transferência bancária.
DECRETOS
Apesar de já existirem pessoas se isolando, o município também publicou nesta segunda-feira, 23, o seu Decreto nº 26/2020, que suspende por 15 dias os alvarás de Localização e Funcionamento emitidos para atividades com potencial risco de aglomerações de pessoas. E ainda cita os restaurantes, lanchonetes e comércio de um modo geral, como alvos da determinação.
Já no Decreto nº 609/2020, do governo do estado, a determinação é que sejam fechadas “academias, bares, restaurantes, casas noturnas e estabelecimento similares, a partir de 23:59h de 20 de março de 2020, pelo prazo do decreto, excetuado o serviço de delivery e retirada de comida devidamente embalada”, diz o documento publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). (Zeus Bandeira)