O único Hospital Municipal de urgência e emergência de Canaã dos Carajás enfrentou mais uma superlotação nesta quinta-feira (12). Foram mais de três horas de agonia para pacientes, médicos e enfermeiros. Acompanhantes dos doentes tiveram de esperar do lado de fora por falta de espaço.
Quem precisou de atendimento denunciou a falta de macas, profissionais de saúde e até de ambulância. Muitos doentes que necessitavam de transporte tiveram de ser levados por veículos particulares. O funcionário público Antônio Eleutério estava passando mal. Ele não conseguiu fazer o exame de ultrassom encaminhado pelo médico. “Nós esperamos mais de seis horas por um atendimento que não aconteceu. Eu tive de ir à sala da diretora cobrar e ela me disse que o hospital só disponibiliza 14 exames por dia.”
Seu Antônio tem 63 anos de idade, é diabético e está com inflamação na próstata. Ele usa fralda por causa do estado de saúde, precisava de internação, mas teve de ser levado de volta para casa sentindo muita dor, conta desesperada a filha Daniele Eleutério.
Leia mais:Familiares e pacientes também denunciam a forma truculenta como são tratados pelos seguranças armados contratados pela Secretaria Municipal de Saúde para fazer a guarda patrimonial no hospital. “Os guardas coagem a população e ficam o tempo todo com a mão sobre a arma e nos tratam mal”, desabafa uma familiar de paciente que preferiu não se identificar com medo de represálias.
O Portal Correio tentou entrar em contato com a direção do Hospital Municipal, mas até o momento da publicação desta notícia não obteve retorno. (Nyelsen Martins)