Um trabalho científico que tem como objetivo investigar o perfil epidemiológico e de saúde dos apenados do Centro de Recuperação Regional Mariano Antunes (CRAMA) mostrou que os internos têm uma situação desvantajosa e deteriorada comparada à maioria da população.
A pesquisa foi fruto da parceria entre a UEPA e o Ministério Público do Pará (MPPA), e também contou com a autorização da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe). Executado por alunos do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA) sob orientação e supervisão da Profª Mestre Cilene de Souza Melo, o trabalho foi publicado no periódico “Brazilian Journal of Development” no último dia 27, com o título “Saúde e Condições Socioeconômicas em uma Unidade Prisional no Sudeste do Pará”.
No trabalho no CRAMA, a professora Cilene e os colaboradores analisaram variáveis como: dados sociodemográficos, socioeconômicos, jurídicos e as doenças presentes. A pesquisa destaca como resultados principais que os apenados se declaram de cor parda e negra, entre a faixa etária de 19 a 28 anos, solteiros, que não possuíam o ensino médio, de poder socioeconômico baixo, filhos de pais separados, condenados pelo artigo 157, seguido do artigo 217, 121 e 33.
Leia mais:Quanto às doenças, as maiores incidências observadas foram as afecções de pele com queixas de coceira intensa e doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia, sífilis e HIV. Também foram encontrados casos de tuberculose, além de alguns de hanseníase e hepatite B.
Segundo os autores da pesquisa, o estudo apresenta-se como uma ferramenta de gestão para os diretores da unidade e Ministério Público, e pode inclusive ser útil na tomada de decisões mais eficazes no atendimento e ressocialização dos apenados.
Para o Ministério Público, é necessária a efetivação de políticas de saúde especificas para esta população, a fim de garantir o direito da saúde para todos, conforme a pesquisa e o que preconiza a Constituição. (Zeus Bandeira – Com informações do MPPA)