Uma adolescente com menos de 15 anos se casa no mundo a cada sete segundos
Um levantamento recente do Banco Mundial revela que o Brasil tem o maior número de casos de casamentos infantis da América Latina e ocupa a quarta posição no mundo. No país, 36% da população feminina se casa antes dos 18 anos. Apesar de alarmantes, os dados comprovam uma realidade comum nos interiores brasileiros, dentre os quais os estados do Pará e Maranhão são os que mais aprovam uniões envolvendo menores de idade no Brasil.
Em conversa com a equipe de Jornalismo do Grupo Correio Parauapebas, uma adolescente que preferiu não se identificar revela que aos 12 anos de idade se uniu sem o consentimento da família à um homem muito mais velho. O relacionamento não durou e aos 14 anos ela conta que as marcas da decisão errada ainda a acompanham: “Eu percebi que agi errado. Quis fugir da minha família e ter uma vida melhor e acabei agindo por impulso, vivi dentro de uma relação que nem mesmo conseguia entender” confessa.
Leia mais:A equipe também se encontrou com a família de Lucia Brito que está prestes a casar a filha de 16 anos e acredita que a decisão com o apoio da família deve sim ser considerada como correta: “Nós conversamos muito sobre isso, eu sei que ela tem responsabilidade e o marido também. Ela não está agindo sozinha, nós como família estamos aqui para apoiar e abençoar a união” relata.
Os dois casos estão dentro das estatísticas do levantamento feito pelo Banco Mundial que aponta existirem mais de 15 milhões de casamentos de meninas com menos de 18 anos em todo mundo. De acordo com a ONG Save the Children, uma menina com menos de 15 anos se casa a cada 7 segundos no planeta.
Para a conselheira tutelar de Parauapebas, Gardênia Martins, existem muitos fatores contribuintes para o cenário no Pará: “Educação é o primeiro ponto na hora de tratar sobre esses assuntos. Com educação as pessoas podem se informar e sair da situação de vulnerabilidade. Podendo conhecer seus direitos e também deveres. A realidade é apenas um reflexo que lidamos todos os dias no combate à questões arraigadas na nossa sociedade” afirma.
A lei brasileira estipula 18 anos como a idade legal para a união matrimonial, no entanto se houver consentimento dos pais, por exemplo, as adolescentes podem se casar a partir dos 16 anos.
Ainda de acordo com o relatório, até o fim da próxima década, outras 142 milhões de meninas se casarão. Além de maior exposição à violência doméstica, essa população também está sujeita a menores índices de escolaridade, maior incidência de gravidez na adolescência, maiores taxas de mortalidade materno-infantil e menor renda. (Adriano Baracho / Camila Ferreira)
Uma adolescente com menos de 15 anos se casa no mundo a cada sete segundos
Um levantamento recente do Banco Mundial revela que o Brasil tem o maior número de casos de casamentos infantis da América Latina e ocupa a quarta posição no mundo. No país, 36% da população feminina se casa antes dos 18 anos. Apesar de alarmantes, os dados comprovam uma realidade comum nos interiores brasileiros, dentre os quais os estados do Pará e Maranhão são os que mais aprovam uniões envolvendo menores de idade no Brasil.
Em conversa com a equipe de Jornalismo do Grupo Correio Parauapebas, uma adolescente que preferiu não se identificar revela que aos 12 anos de idade se uniu sem o consentimento da família à um homem muito mais velho. O relacionamento não durou e aos 14 anos ela conta que as marcas da decisão errada ainda a acompanham: “Eu percebi que agi errado. Quis fugir da minha família e ter uma vida melhor e acabei agindo por impulso, vivi dentro de uma relação que nem mesmo conseguia entender” confessa.
A equipe também se encontrou com a família de Lucia Brito que está prestes a casar a filha de 16 anos e acredita que a decisão com o apoio da família deve sim ser considerada como correta: “Nós conversamos muito sobre isso, eu sei que ela tem responsabilidade e o marido também. Ela não está agindo sozinha, nós como família estamos aqui para apoiar e abençoar a união” relata.
Os dois casos estão dentro das estatísticas do levantamento feito pelo Banco Mundial que aponta existirem mais de 15 milhões de casamentos de meninas com menos de 18 anos em todo mundo. De acordo com a ONG Save the Children, uma menina com menos de 15 anos se casa a cada 7 segundos no planeta.
Para a conselheira tutelar de Parauapebas, Gardênia Martins, existem muitos fatores contribuintes para o cenário no Pará: “Educação é o primeiro ponto na hora de tratar sobre esses assuntos. Com educação as pessoas podem se informar e sair da situação de vulnerabilidade. Podendo conhecer seus direitos e também deveres. A realidade é apenas um reflexo que lidamos todos os dias no combate à questões arraigadas na nossa sociedade” afirma.
A lei brasileira estipula 18 anos como a idade legal para a união matrimonial, no entanto se houver consentimento dos pais, por exemplo, as adolescentes podem se casar a partir dos 16 anos.
Ainda de acordo com o relatório, até o fim da próxima década, outras 142 milhões de meninas se casarão. Além de maior exposição à violência doméstica, essa população também está sujeita a menores índices de escolaridade, maior incidência de gravidez na adolescência, maiores taxas de mortalidade materno-infantil e menor renda. (Adriano Baracho / Camila Ferreira)