O estado do Pará é o segundo maior do Brasil, com uma área de 1 milhão e 248 mil km². Dentro desse território – marcado principalmente pela vegetação da floresta amazônica – estão incluídas as florestas públicas e as unidades de conservação estaduais, que constituem uma região de 260 mil km². A área é maior do que o estado de São Paulo e precisa da vigilância e fiscalização do poder público estadual para conservar a biodiversidade e garantir a sustentabilidade do território.
Para apoiar esse trabalho, é fundamental o serviço do Núcleo de Geotecnologias (NGeo) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio). O NGeo realiza monitoramento, através de sistema via satélite, de todas as florestas estaduais. As imagens produzidas por essa tecnologia subsidiam ações de fiscalização e prevenção, permitindo que o governo do Estado atue na preservação florestal e no combate a crimes ambientais.
O coordenador do NGeo, Pedro Bernardo Neto, explica que a base do trabalho do núcleo são as imagens produzidas pelo sistema Landsat, de origem norte-americana e que permite acesso gratuito a partir do cadastro na Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), nos Estados Unidos. Com o material produzido pelo sistema de satélites, o NGeo realizou um mapeamento histórico das imagens feitas desde 1984 até os dias atuais, identificando alteração nas áreas florestais e nos ecossistemas.
Leia mais:Foram mais de mil imagens analisadas nesse processo, com o material atualizado a cada 16 dias. Pedro Bernardo observa que somente as imagens de satélite não são suficientes para o trabalho de fiscalização.
“Você vê a imagem de um trecho do território paraense e, num primeiro momento, parece que quase tudo é preenchido pelo verde da floresta. Mas então vamos fazendo análises e comparações, e registramos outros detalhes, como a existência de pontes, abertura de estradas e a proximidade de rios” – Pedro Bernardo Neto, coordenador do NGeo.
A partir desses registros, o núcleo identifica as áreas de ocorrência de ilícitos ambientais, como desmatamento ilegal, incêndios e abertura de pistas de pouso clandestinas.
No ano passado, a Semas realizou 165 operações de fiscalização no Estado, combatendo principalmente o desmatamento criminoso.
Os dados obtidos pelo monitoramento das imagens permitem ainda planejar as inspeções no próprio local observado. São incursões que podem ser de difícil acesso devido à densidade da vegetação ou pelo clima chuvoso, mas necessárias para repreender o quanto antes o crime ambiental identificado. Pedro Bernardo e Andréa Coelho ressaltam que, para essas operações, é fundamental o trabalho coordenado com outros órgãos estaduais, como o Comando de Policiamento Ambiental, o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC) e a Delegacia de Meio Ambiente (Dema). (Com Ag. Pará)