Enquanto a Integração Serviços e Locação opera com sua frota em Marabá, as empresas Nasson Tur e Transportes Coletivos de Anápolis (TCA) se articulam para lidar com as rescisões contratuais dos seus funcionários. Diante desse cenário, uma reunião com funcionários, membros de sindicato e advogados aconteceu na segunda-feira (17) como forma de se discutir uma maneira ‘pacífica’ de transição para a contratada.
De acordo com João Martins, diretor de Nasson Tur e TCA, as demissões de todo o quadro de funcionários pertencente às empresas devem ocorrer nos próximos meses.
“Convidamos o sindicato, com a presença dos advogados da empresa, para fazer uma transição bem transparente, para que eles (funcionários) possam receber seus valores, suas rescisões”, garante.
Leia mais:Ainda em conformidade com o diretor, Nasson e TCA continuam ativas em Marabá — não atuando no transporte de pessoas, claro.
“Estaremos aqui durante todo esse processo (de transição), o RH estará aberto para dar informações aos trabalhadores. Seguimos de maneira pacífica para uma saída em paz”, expõe. “Agradecemos aos nossos colaboradores e pedimos perdão à população de Marabá pelo transtorno causado. Torcemos para que a nova empresa dê certo, porque o grande prejudicado é o usuário, bem como os colaboradores”, deseja.
Questionado pelo CORREIO sobre uma possível retaliação a funcionários que resolvessem contrariar a empresa quanto ao pagamento dos direitos trabalhistas, João Martins nega e adianta que o patrimônio material de Nasson e TCA será deixado como garantia.
“Jamais, de maneira alguma. Essa reunião foi somente para isso. Nós deixaremos o patrimônio dos ônibus, faremos uma judicialização disso para que possa entrar como garantia de bens dos colaboradores”, assegura ele.
O advogado Robert Alisson Silva, que defende as empresas, expõe que a transferência deve ser feita de maneira transparente.
“Os nossos colaboradores ainda continuam com o contrato ativo, por isso pretendemos fazer essa transição da maneira mais transparente possível”, confirma.
Robert Silva defende que a empresa não deixará os trabalhadores a ver navios. Segundo ele, os salários atrasados (alvo de inúmeros protestos de motoristas e cobradores) serão pagos.
“Temos que pagar as notas rescisórias, entre elas o FGTS, vale-alimentação e salários atrasados. Entretanto, nós só temos bens como forma de garantia de que esses colaboradores não ficarão desamparados”, esclarece ele.
O CORREIO também conversou com Danilo Albuquerque de Carvalho, advogado do Sindicato dos Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará (Sintrarsul). Ele conta que nenhum acordo foi firmado durante a reunião.
“Na reunião, nada foi acordado ainda. O que foi informado pela empresa é que os contratos serão encerrados”, argumenta. “A operação da empresa aqui em Marabá está por se encerrar quanto ao transporte de pessoas, mas continuará ativa para fazer essa gestão dos contratos (dos funcionários), a transição do contrato do transporte coletivo atual (licitação) para a empresa que deve assumir e, com base nisso, ele (João Martins) está informando como fará a rescisão”, pondera. (Vinícius Soares)