Na manhã desta terça-feira, dia 11 de fevereiro, a Câmara Municipal de Marabá promoveu uma reunião envolvendo representantes das comunidades da Estrada do Rio Preto, da empresa Buritirama, governo do Estado e Prefeitura de Marabá. O objetivo era avaliar a pactuação celebrada em audiência na 2ª Vara Cível da Comarca de Marabá em novembro do ano passado.
A reunião foi conduzida pelo presidente da Câmara, Pedro Corrêa Lima, e contou também com os vereadores Alecio Stringari, Tiago Koch, Mariozan Quintão, Cristina Mutran e Frank Carreiro Varão. Pelo governo do Estado, o advogado Odilon Vieira representou o secretário Regional de Governo, João Chamon Neto; o procurador geral do município de Marabá, Absolon Santos; e Wladimir Marques, gerente de relações comunitárias da Buritirama.
Pela comunidade, estiveram presentes à reunião Aldemir Costa Coelho, Rosemeire Moreno, Alcemar Araújo da Silva, Tânia Regina, Iolanda da Silva Fortaleza e o advogado Gilvan Miguel.
Leia mais:O presidente Pedro Corrêa lembrou aos presentes que a Justiça deu prazo até maio para que seja apresentado o cronograma de demandas solucionadas e que a Câmara está realizando seu papel de fiscalizar e cobrar as soluções, tanto do Executivo Municipal, do Estado e da própria empresa Buritirama.
O vereador Alecio Stringari reconheceu que desde que a audiência foi realizada no Fórum de Marabá, muita coisa mudou em relação à posição e comentários do que se viu nas redes sociais. “O tratamento passou a ser mais respeitoso. A Câmara sempre mostrou a importância da Buritirama para a região do Rio Preto. Às vezes, a discussão se acirrou e posicionamentos foram exagerados de alguma forma, mas o diálogo está aberto e isso é importante. Houve reuniões nas comunidades, que por sua vez entendem que as benfeitorias podem avançar ainda mais”, destacou Stringari.
Tiago Koch sustentou que o sonho do asfalto é comum de todos os vereadores, não apenas da bancada da zona rural. Ele avalia que a Buritirama é uma parceira ruim. “Algumas coisas precisam ser provocadas e só vão acontecer aos trancos e barrancos. Ruim com ela (Buritirama), pior sem ela. Há mazelas sociais, eu reconheço, mas precisamos moldar a relação. Espero que o juiz acate as mudanças que estão sendo feitas. Só o caminho político para resolver as questões maiores não vai adiantar. A Justiça deveria dar ultimato para todos os entes envolvidos”.
Gilvan Miguel, advogado que representa um grupo de moradores que viraram réus no processo que está sendo movido pela Buritirama, enalteceu a intermediação da Câmara Municipal em relação a um processo civil contra os moradores das vilas.
Ele propôs que seja realizado 30 quilômetros de asfalto por ano para a Estrada do Rio Preto e revelou que a Buritirama já teria se comprometido em asfaltar a estrada desde a emissão da Licença Operacional, concedida ainda na primeira metade da década de 1990.
O advogado lembrou que foi requerida a retirada dos veículos que quebram permanentemente na estrada, limitação da velocidade de veículos e ainda pesagem das cargas dos caminhões, mas até agora não foi resolvido nada disso. “O cronograma de obras acertado com a Câmara não foi cumprido. A única coisa de concreto foi a paralisação de veículos pesados na segunda-feira para que os demais veículos transitem para a cidade”, avaliou.
Gilvan Miguel fez vários questionamentos para a Buritirama e Executivo Municipal sobre valor arrecadado pela Cfem especificamente em relação à Buritirama, o tempo de vida útil das minas;
O presidente Pedro Correa explicou que o processo contra os líderes comunitários foi suspenso pela Justiça por seis meses, em função de acordo feito entre a Buritirama e vereadores.
O procurador Absolon Santos garantiu que o município sempre teve sensibilidade para resolver os problemas da Estrada do Rio Preto e que o prefeito Tião Miranda agendou pessoalmente uma reunião com representantes da Buritirama para discutir várias questões no final do ano passado.
Sobre manutenção da estrada do Rio Preto, disse que o próprio Dnit se manifestou informalmente que não compete à União a sua gestão. Assim, seria de responsabilidade do Estado ou município. Dnit ainda não se manifestou formalmente, para que as outras duas instâncias possam avaliar a competência. (Ulisses Pompeu)