Correio de Carajás

Parauapebas: Polícia entende que mulher agiu em legítima defesa

O delegado Elcio de Deus, diretor da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, informou nesta segunda-feira (10) que já foi colhido depoimento da mulher que esfaqueou e matou Aylan Lima Lima, o alemão, de 18 anos, na madrugada de domingo (9), dentro de uma residência na Rua 7, no Bairro Vila Nova, em Parauapebas.

Diferente do que foi veiculado inicialmente, entretanto, o delegado afirma que Aylan é acusado de ter tentado estuprar uma mulher de 25 anos que está internada no Hospital Geral de Parauapebas (HGP), após ter sido ferida a faca, e não uma criança de 10 anos, embora esta também estivesse no imóvel.

Ao perceber o ataque à vítima, outra mulher adulta que estava na residência esfaqueou o homem. O corpo dele foi encontrado pela Polícia Civil caído na cozinha, de camiseta e sem as calças e roupa íntima.

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O diretor não divulgou os nomes das mulheres envolvidas no caso, mas confirmou que a responsável por defender a vítima de estupro alegou legítima defesa e que o inquérito está sendo encaminhado neste sentido.

O delegado não pôde fornecer detalhes sobre o parentesco das pessoas envolvidas, pois não é o responsável pela investigação e desconhecia esse dado. O caso está nas mãos do delegado plantonista Gabriel Henriques Alves Costa. Este, procurado por telefone nesta segunda, não quis se manifestar.

MUROS PICHADOS

Ainda no domingo uma cerca do bairro apareceu pichada com a assinatura “PCC”. No texto, o pichador afirma que mataram “um irmão” e falaram que ele era estuprador, mas afirma que seria mentira.

Enquanto a equipe da TV Correio gravava imagens no local do crime, um grupo de moradores jovens se aproximou, afirmando conhecer Aylan e um deles concedeu entrevista, sem querer se identificar, defendendo o jovem morto.

“É mentira que o cara é estuprador, é mentira, o cara é ‘nóis’, o cara não precisava disso, não. Ele tinha a mulher dele e a hora que ele quisesse a mulher dele ele tava com a mulher dele. Isso aí é ‘forjação’ porque os caras correram atrás dele aqui dentro. Ele bêbado e os caras correndo atrás dele pra matar ele. É porque não vimos porque se a gente tivesse visto não tinha ficado assim, não”, declarou.

Ao fim, ele acrescenta que Aylan era nascido no bairro e nega novamente que fosse estuprador. “O cara era tudo certo, da quebrada, era ‘um cria’, vai ficar só a saudade”, finalizou. (Luciana Marschall e Ronaldo Modesto)