Correio de Carajás

Vinícius Gatti poderá se entregar a qualquer hora

Na manhã desta sexta-feira (31), o próprio delegado Thiago Carneiro Rodrigues, superintendente regional de Polícia Civil, falou com a Imprensa de Marabá sobre o rumoroso assassinato de Fabbllu Ohara de Lima Gonçalves, de 30 anos, morto com um tiro (provavelmente acidental), disparado por Vinícius Nogueira Gatti, 32, que está foragido. O delegado confirmou que a Polícia Civil ficou de pedir a prisão preventiva do investigado a qualquer momento. Depois de balear a vítima, Vinícius Gatti telefonou para o SAMU e, ao pedir ajuda, confessou o crime. Mas desde então está desaparecido. O assassinato aconteceu durante uma reunião de amigos na casa do suspeito.

De acordo com o delegado Thiago, todos os depoimentos dão conta de que o disparo teria sido acidental. “Os dois (vítima e suspeito) eram amigos, foi uma conduta irresponsável, no mínimo, que veio a ceifar com a vida de Fabbllu”, relatou o delegado, acrescentando que possivelmente o suspeito se entregará nos próximos dias acompanhado de um advogado.

Ainda segundo o delegado, as diligências realizadas na noite de quarta-feira (29/1), quando tudo aconteceu, não conseguiram localizá-lo, mas já foram coletados pelo menos seis depoimentos das testemunhas que estavam na hora do ocorrido. O que eles contam é que Vinícius manuseava a pistola, para se exibir, e acabou disparando na cabeça de Fabbllu. Depois do tiro veio o pavor geral e todos fugiram.

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Conforme o delegado, foi feita perícia de local de crime, estão sendo colhidas imagens de câmeras de segurança da área e, vizinhos ainda serão ouvidos. O crime aconteceu na rua Simplício Costa, Bairro Novo Horizonte, Cidade Nova.

Amigos e familiares da vítima estiveram na delegacia na noite do crime

Perguntado pela arma do crime, o delegado disse que se trata de uma pistola, mas que ainda não foi localizada e tudo indica que o suspeito fugiu com ela. A polícia ainda não sabe se é uma 380 ou ponto40, ou mesmo se tem registro. Por isso a Polícia Civil deve também oficiar a Polícia Federal para saber se Vinícius Gatti tinha porte ou posse de arma. “São várias perguntas que ainda estão no ar, disse o delegado.

Confissão ao SAMU

O CORREIO teve acesso em primeira-mão à gravação da ligação telefônica que Vinícius Nogueira Gatti fez ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) logo após atirar na cabeça do amigo de Fabbllu Gonçalves. Na ligação, Gatti confessa que atirou na vítima e, em seguida, pede uma ambulância para socorrer o rapaz.

Ao telefonar para o SAMU, Vinícius diz que estava usando o celular de um amigo e não deu seu nome verdadeiro. Após pausa aos questionamentos, disse chamar-se “Vitor”. Ele forneceu o endereço completo da ocorrência (Rua Simplício Costa, Novo Horizonte) e, em seguida, explicou que a porta da casa estava trancada. “Vai ter que arrombar porque o dono da casa saiu”, relata, como se não fosse ele o anfitrião da reunião social onde tudo aconteceu.

A atendente passa então a ligação para o médico regulador. Ao conversar com este, Vinícius diz: “Sem querer baleei um amigo meu e ele lá em casa… Sem querer, brincando com arma de fogo”. Perguntado onde foi o tiro, ele respondeu que a bala tingiu a cabeça. Mas, ao ser questionado pelo médico se estava brincando com a arma, o suspeito refaz a sentença: “Brincando não! Sem querer, caiu no chão e ela atirou”.

Vinícius Gatti confirma que saiu de casa, mas que a vítima ainda estava se mexendo quando ele deixou a residência. Perguntado se alguém ficou na casa e se o imóvel estava aberto, ele responde: “A casa fechada, é só pular (o muro), não tem problema, a cerca (elétrica) desligada.”

Em seguida, o médico dá uma espécie de puxão de orelha em Vinícius Gatti: “Quer dizer que você fere alguém na cabeça e ainda deixa a casa trancada?” Em resposta, o suspeito alega que fechou o imóvel sem querer, pois o portão bateu quando ele fugiu.

Ao final da conversa, o médico responde: “A ambulância já está lá e a polícia também”. O diálogo termina aí. A divulgação do áudio teve imensa repercussão na internet. O caso está sendo investigado pelo delegado William Crispim, do Departamento de Homicídios de Marabá.

Fabbllu Ohara tinha esposa e uma filha de 2 anos e era acadêmico de Direito numa faculdade particular na Folha 32. Seus colegas e amigos ficaram abalados com a notícia do seu falecimento. (Chagas Filho)