Em poucos dias a festa mais popular do país, o Carnaval, vai invadir as ruas da maioria das cidades brasileiras, neste ano entre os dias 22 e 25 de fevereiro. Em Parauapebas, o município investe em oficinas para o “Carnaval da Nossa Gente 2020”, nome dado à programação. Gafieira, percussão e samba no pé reúnem os parauapebenses que quer estar preparado para a folia.
A coordenadora de projeto da Secretária Municipal de Cultura (Secult), Kissy Ferreira, destaca a importância das oficinas para a comunidade, sendo que a primeira etapa será finalizada nesta sexta-feira (31).
“A questão das oficinas não foi pensada agora, nós tivemos ano passado dentro da Secult uma semana de formação cultural. A gente sentiu a necessidade de agora no Carnaval manter essa programação, mas afunilando e selecionando oficinas voltadas para o período”, explica.
Leia mais:Kyssy destaca que o objetivo é fazer com que o evento seja mais abrangente que os quatro dias de folia e ofertar ações que envolvam a sociedade, como as oficinas. “As oficinas vieram nesse pré-carnaval no sentido de você profissionalizar quem está dentro das escolas de samba, dos blocos, na ‘Oficina do Samba no Pé’ tem pessoas da comunidade em geral a musas da escola de samba”, diz.
A coordenadora explica ainda que a Secult sentiu a necessidade de explicitar que o órgão se trata de uma Secretaria de Cultura e não de eventos. “Às vezes a forma como se conduz acaba parecendo que a Secretaria é para fazer show, mas a cultura é muito mais que isso. A cultura é inerente a todos nós, nós estamos em uma cidade que é um caldeirão cultural, a gente tem pessoas do Brasil inteiro, isso fervilha aqui em Parauapebas, então a gente realmente precisa ter ações voltadas para o fazer cultural”, destaca.
Oficinas de maquiagem artística e customização de abadá também serão ofertadas no intuito de relembrar o carnaval tradicional. “A gente tem a intenção de recuperar aquele carnaval de marchinhas, nós temos o concurso de marchinhas, vamos ter as matinês voltadas para crianças, acompanhadas dos pais”, destaca a coordenadora.
Samba no Pé
A Oficina Samba no Pé, ministrada pela passista carioca da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, Daiana Pires, encerra nesta sexta-feira (31). Ela conta que ensinou aos alunos o passo a passo e os segredos do gingado de quem já foi Rainha do Carnaval em Duque de Caxias.
“Para mim é muito gratificante, é um reconhecimento. No Rio de Janeiro o samba e o futebol é muito expressivo, então você ser escolhida para poder vir para uma cidade e ensinar a nossa cultura é muito bom”, frisa a passista.
Daiana conta que há 13 anos vive no mundo do Carnaval e decidiu trabalhar no segmento. “Minha família não tem tradição no samba, me apaixonei ao ver pela TV. Foi muita luta porque a minha mãe não queria que eu entrasse nesse mundo, então, conforme fui crescendo e cheguei à maioridade, aí sim fui seguir meu sonho”, relembra.
A passista descreve a sua história como uma grande superação. “Foi todo um caminho a percorrer, depois de esperar muito para entrar no Carnaval, tive um relacionamento que a pessoa não aceitava, com isso me afastei do samba por cinco anos, para a gente que ama é uma tortura. Hoje eu estar aqui, conseguir trabalhar e levar um pouco da nossa cultura pelo Brasil afora para mim é uma grande superação”. (Theíza Cristhine)