Na tarde desta sexta-feira (24), diversos mototaxistas se reuniram em frente ao escritório comercial da empresa de serviço de transporte por aplicativo MabWay, localizado na Rua 7 de Junho, no Núcleo Marabá Pioneira. O motivo da concentração: revolta com possibilidade de existir serviço de mototaxi por aplicativo.
A Reportagem do Portal Correio de Carajás esteve no local e conversou com Rosemberg Conceição Assunção, um dos mototaxistas que estava na manifestação, que alegou que o aplicativo era ‘clandestinos’. “Esse aplicativo não entra nos padrões da lei federal 13.640 que diz respeito a veículos com quatro rodas, ou seja, não inclui motocicleta. Aqui em Marabá, somente a Prefeitura pode conceder autorização para alguém prestar serviços de transporte com moto, mas surgiu essa situação do aplicativo, o que configura irregularidade com a lei”, explica Rosemberg.
O mototaxista ainda disse que todos os mototaxistas estão indignados, pois o proprietário da empresa MabWay, Robson do Carmo, estaria fazendo o cadastramento de pessoas interessadas em realizar o serviço de transporte com moto. “Estamos revoltados, pois trabalhamos cumprindo os padrões estabelecidos pela Prefeitura e pagando os impostos referentes, em contramão, esse cidadão (Robson) está apresentando uma lei falsa que ele alega ter conseguido com o Departamento Municipal de Trânsito (DMTU)”, finaliza.
Leia mais:Rosenberg ainda mencionou duas motocicletas que estavam estacionadas na frente do escritório, estando ambas com adesivo da MabWay, no entanto uma estava sem placa e a outra com documentos atrasados.
O empresário, Robson do Carmo, foi procurado pela Reportagem do Portal Correio de Carajás e explicou que está, sim, respaldado pela lei municipal e federal para atuar com o aplicativo. “Além disso, procuramos o DMTU e entregamos um oficio solicitando uma resposta para saber se aplicativos de moto são proibidos”, esclarece Robson.
Questionado sobre os impostos que os mototaxistas pagam para atuar na função, Robson desconversou citando os itens que são obrigatórios para ser mototaxi e voltando para o questionamento inicial da proibição para atuar com o serviço por aplicativo.
Robson também foi questionado sobre as duas motocicletas que estavam na frente do escritório, ambas com adesivos da MabWay. “A moto que está sem placa é minha, eu a utilizo para resolver assuntos da empresa. A outra, que dizem estar com os documentos atrasados, eu desconheço. Pode ser de alguém que apenas pegou o adesivo e colocou, pois distribuímos esses adesivos para muitas pessoas”, explica Robson.
Com relação ao cadastramento de motocicletas na plataforma, Robson mostrou no celular que só existe apenas uma cadastrada. “Só há uma moto e ela está bloqueada. O fato de uma motocicleta ter o adesivo, não quer dizer que ela está cadastrada na plataforma”, garante Robson.
Confusão se agrava
Mais tarde, a tensão entre Robson do Carmo e os mototaxistas se agravou. Alguns deles adentraram o escritório da MabWay e desafiaram-no a ir para a via pública. Ao sair, Robson foi agredido pelos mototaxistas que acabaram por abrir sua camisa, além de causar danos a um veículo estacionado próximo ao escritório.
O veículo modelo Fox, de cor preta, pertence à Gabriel Vinicius, um funcionário da Caixa Econômica Federal que após a confusão estava com os dois pneus do lado esquerdo secos. “Não tenho nada contra eles reivindicarem. Mas não sei o que fizeram ao certo, e os pneus do meu carro acabaram sendo secados. Além disso, o riscaram também. Precisa-se ter cuidado com o que está em via pública”, lamenta Gabriel.
Alguns mototaxistas também tentaram tomar a câmera do cinegrafista da equipe de reportagem da TV Correio, que também acompanhava a manifestação. A Polícia Militar foi acionada para conter a confusão. Robson e os mototaxistas foram para a Delegacia de Polícia Civil onde devem registrar Boletim de Ocorrência.
DMTU esclarece
Após os relatos de Robson, sobre ter encaminhado um oficio ao DMTU, a Reportagem do Portal Correio de Carajás entrou em contato com o diretor do departamento, Emanuel Souza, para esclarecer sobre o serviço de transporte de moto por aplicativo.
“Aqui em Marabá não há nenhuma lei que regulamente o serviço para motocicletas. Existe uma lei, sim, que regulamenta o serviço para veículos de quatro rodas com até sete lugares. Mas, para motocicleta, ainda não está regulamentado”, esclarece Emanuel. (Zeus Bandeira)