A penúltima sessão ordinária de 2019 da Câmara Municipal de Parauapebas foi movimentada. Após ser rejeitado o pedido de investigação do governo sobre a compra de um terreno que teria sido superfaturado, o vereador Joel do Sindicato (DEM) tentou coletar assinaturas para abrir um Comissão Parlamenta de Inquérito (CPI) para investigar o caso, mas não conseguiu o número de assinaturas necessário.
Joel argumentou que era necessário fazer a investigação do caso argumentando que se o prefeito não tivesse culpa, seria até melhor para ele. “Está aqui o pedido de CPI, quem quiser assinar, está à disposição”, disse Joel, que conseguiu apenas quatro assinaturas, não sendo suficiente para solicitar a abertura.
Apoiando a proposição do colega, Marcelo Parceirinho (PSC) destacou que era importante investigar o caso e, se não tiver fundamento, iria ficar feio para quem fez a denúncia. “Independentemente da posição do plenário, que rejeitou o pedido de investigação do caso, eu vou analisar essa documentação da venda desse terreno”, avisou Parceirinho.
Leia mais:José Francisco do Amaral Pavão (MDB), líder do governo, parabenizou a CMP por negar novamente o pedido de investigação e possível afastamento do prefeito Darci Lermen (MDB). Ele disse que esse movimento para tentar afastar o prefeito é de um grupo político que está com sede de poder e quer atingir a Casa e o governo.
“Eles querem nos atingir e atingir o prefeito”, argumentou, dizendo que defende o governo pelas “ações que estão sendo feitas na cidade”. O vereador frisa que o governo tem erros que precisam ser corrigidas, mas não é com o afastamento do cargo. Pavão justificou que quem não assinou a CPI não é covarde, apenas manteve convicções políticas.
“Não assinei porque acredito no governo. Isso não quer dizer que não estou do lado da população. Ao contrário, o povo o elegeu, então estou do lado do povo”, argumentou, dizendo acreditar na reeleição do prefeito e cutucou a oposição, afirmando que eles são a minoria na cidade.
Ivanaldo Braz (sem partido) ironizou a rejeição do pedido de investigação e lembrou que o pedido foi feito por um aliado do prefeito na última eleição. “Estão batendo na vaca leiteira”, brincou.
Braz ressaltou que é importante que a Câmara acate pedidos de investigação que vêm da população, com bases legais. “O próprio prefeito, ao ser informado do pedido de investigação, disse que era para recebê-lo. Rejeitá-lo foi contrariar o pedido do prefeito”, frisou.
O vereador ainda lembrou que no discurso de posse o prefeito disse “em alto e bom som” que não gosta de “puxa-saco”. “Ele disse que não gosta de babão, que babão atrapalha”, lembrou Braz, afirmando que foi a favor do projeto e será de outros que vierem com consistência.
Os vereadores voltam a plenário na próxima quinta-feira, 19, para votar em sessão extraordinária o primeiro turno Orçamento do município para 2020. (Tina Santos)