Baleado na noite do último dia 6, o jovem Patrick Anderson Lucena Araújo, de 18 anos, morreu no Hospital Regional no final da tarde de quinta-feira (12). O corpo dele deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) às 20h50. O caso está envolto em mistério. Há informações de que o rapaz teria reagido a um assalto, mas os parentes dele dizem que não foi isso que aconteceu. O sepultamento de Patrick acontece na tarde de hoje (14) no Cemitério da Saudade, na Folha 29, bairro onde ele morava e onde o crime aconteceu. O cortejo fúnebre deve ser marcado por protesto dos colegas de escola e familiares.
Ontem à tarde a reportagem do CORREIO esteve na casa de Patrick, durante o velório, e conversou com Erika Lucena da Conceição, tia da vítima, residente na Folha 12. Ela disse que soube por telefone do baleamento do sobrinho.
Questionada sobre como tudo aconteceu, a tia de Patrick contou que ele saiu da escola onde estudava, no Km 7 (Inácio Souza Moitta), em companhia de uma colega de aula. Eles encostaram em um bar de uma conhecida para colocar crédito no celular, mas lá não tinha crédito, daí os dois se dirigiram até a outro estabelecimento. Foi nessa hora que a desgraça aconteceu.
Leia mais:Erika Lucena relata que ouviu da boca da adolescente que testemunhou tudo que os criminosos se aproximaram e não deram nem voz de assalto. “Ele (Patrick) só levantou as mãos e o cara atirou”, relata Erika, acrescentando que a primeira tentativa de tiro ainda falhou, mas o criminoso bateu na arma e acionou o gatilho novamente. O tiro foi fatal, no rosto da vítima.
Vídeos que circulam pela Internet mostram Patrrick agonizando no chão, no “pé” de um muro, enquanto populares tentam prestar os primeiros socorros, até que chega uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Diante de tudo isso, os familiares dizem que não sabem o que aconteceu de fato, porque Patrick era evangélico e não tinha envolvimento com nada de ilícito. Erik conta que eles sabem apenas que a moça que estava com Patrick conversou com a polícia, mas disse não ter tido acesso ao depoimento dela. “A gente está sem chão no momento”, resume o sentimento da família, acrescentando que se fosse um assalto os bandidos teriam levado os pertences de sobrinho dela e da moça que estava com ele, mas até o celular ficou com a família, segundo Erika.
O relato da tia é bem diferente de outra versão que circula na mídia local, de que os acusados levaram dois celulares (supostamente de Patrick e da colega que estava com ele). De acordo com uma testemunha, o caso teria sido um latrocínio, pois Patrick teria reagido a um assalto.
Uma das informações que chegou ao conhecimento da polícia também é de que o assaltante atirou em Patrick porque este o teria reconhecido. O assassino seria um criminoso de alta periculosidade que já responde a processos por agressão e possivelmente pode ser morador das redondezas.
O que se sabe é que logo após o baleamento, populares acionaram o SAMU, que conduziu a vítima para o Hospital Regional de Marabá, onde ele ainda resistiu uma semana, mas acabou morrendo. Dezenas de estudantes estiveram ontem no velório dele e devem hoje participar do funeral.
O que se pode dizer de concreto também é que toda esta semana foi muito dolorosa para os familiares de Patrick, que sofreram junto com ele no hospital e no final toda a lua acabou mesmo em morte. “Não é fácil ficar ali com uma pessoa internada, esperando receber uma notícia boa, mas cada momento que o médico dava uma notícia era de que o quadro dele estava se agravando”, relata.
(Chagas Filho e Evangelista Rocha)