A Fundação Casa da Cultura de Marabá lança nesta quarta-feira, 11, a partir das 18h, o Núcleo de Arqueologia, Etnologia e Educação Patrimonial. No evento, será lançada também a segunda edição da Revista Sumaúma.
Com 333m² de área construída, o Núcleo de Arqueologia, Etnologia e Educação Patrimonial conta com salas especiais e totalmente equipadas para pesquisa, análise e documentação de peças e arquivos arqueológicos e etnográficos, como explica Marlon Prado, arqueólogo responsável pelo Núcleo. “O prédio conta com uma sala de educação patrimonial, própria para abrigar os pesquisadores que trabalham com o segmento relacionado às pesquisas arqueológicas, à cultura material e imaterial. Dispõe também de sala de triagem para receber e acondicionar o material arqueológico. Além disso, temos uma reserva técnica de arqueologia com quase 200m² e uma de geologia, com cerca de 50m², ambas com armários deslizantes, que é o que temos de mais moderno em questão de condicionamento de acervo”, explica o arqueólogo.
Além disso, Marlon Prado conta que o Núcleo dispõe de um laboratório de última geração, que provavelmente virá a se tornar referência na Região Norte. “O laboratório tem um amplo espaço, com área de curadoria, tratamento de material, lupa e microscópio, análise de vestígios arqueológicos e geológicos, bancos de dados para reserva técnica, computadores e um bom espaço para trabalho. Com certeza ele será uma referência para a região, mais especificamente para o sul e sudeste do Pará”, resume.
Leia mais:Para a presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Vanda Américo Gomes, inaugurar o Núcleo tem uma importância simbólica, especialmente em um momento de desvalorização da cultura no País. “Sinto muita alegria de poder estar aqui à frente da Casa e ver acontecer coisas tão importantes para a região. Hoje você falar em um Núcleo de Arqueologia, Etnologia e Educação Patrimonial com a qualidade dessa construção, com todos os equipamentos que o espaço dispõe e com um arquivo de qualidade para preservar a história e cultura do sul e sudeste do Pará, é importantíssimo, sobretudo quando o país está desmontando a cultura, quando vemos o investimento neste segmento serem cortados. Então, este é um grande presente pra Marabá, para a Região Norte”.
A presidente observa que Marabá conta com excelência na prestação de serviços de arqueologia “e com esta iniciativa, com certeza daqui a 50 anos teremos um grande acervo e espaço para mais catalogações e documentações”, prevê.
Vanda Américo também explica que o espaço foi feito de acordo com as normativas do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e terá portas abertas para estudantes e empresas de todo o País que precisarem de espaço para realizar pesquisas de salvamento de sítios arqueológicos. “Nós temos um local em que todas as universidades, laboratórios e setores de arqueologia gostariam de ter. É moderno, com todas as exigências do Iphan e com a própria parceria desse instituto referência nacional em arqueologia. E a gente oferta este espaço a todas as empresas que estão aqui na região fazendo salvamento de sítios arqueológicos: podem trazer o material para a Casa da Cultura, porque hoje nós temos reserva técnica com a chancela do Iphan e isso é muito importante. Este espaço vem de encontro com toda uma necessidade regional de preservação histórica, e mostrar paras gerações futuras a nossa história”, avalia.
REVISTA SUMAÚMA
Além da inauguração do Núcleo de Arqueologia, Etnologia e Educação Patrimonial, a Fundação Casa da Cultura de Marabá lança também no evento a segunda edição da Revista Sumaúma. A presidente da instituição enfatiza a importância de se ter uma publicação voltada para as pesquisas realizadas na região. “A Sumaúma é uma alegria para os pesquisadores, é um espaço onde eles podem mostrar os artigos que estão escrevendo. Esta é uma região rica, com muitos pesquisadores, temos hoje várias universidades, e o privilégio de ter uma revista que é indexada e que está passando pelo Qualis para melhorar ainda mais a sua classificação. “A Sumaúma está lindíssima com artigos maravilhosos da região”, adianta.
Ainda de acordo com Vanda Américo, a intenção é poder expandir o acesso {a revista por meio de uma parceria com o Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação de Marabá. “ Pretendemos conversar com a Semed para avaliarmos a possibilidade de trabalhar com a revista nas escolas municipais. É importante levarmos para os alunos do ensino básico esse conteúdo e fomentarmos o gosto pela pesquisa, ofertando o acesso a artigos importantes para a formação do aluno e popularizando a revista na cidade”, resume.
(Ulisses Pompeu e Bianca Levy)