O repórter fotográfico do CORREIO, Josseli Carvalho, o Paparazzi, conseguiu impedir mais um suicídio em Marabá. Um jovem de 22 anos ameaçava se jogar da ponte, mas foi agarrado por Paparazzi e aconselhado por ele a refletir sobre sua vida e buscar novos caminhos. O caso se registrou na manhã de domingo (8), na ponte rodoferroviária do Rio Tocantins. Esta foi a quarta pessoa que Paparazzi ajudou nas pontes de Marabá, sendo três no Tocantins e um na ponte do Itacaiúnas.
Paparazzi contou que se dirigia ao São Félix para cobrir um acidente fatal ocorrido ali, mas ao subir a ponte, avistou a cerca de 200 metros um rapaz encostado no peitoril da ponte, já com uma perna sobre a proteção. Paparazzi não pensou duas vezes e parou a moto. Em seguida, pediu para que outras pessoas parassem para ajudar, até que um motoqueiro também parou.
Nesse momento, Paparazzi foi por trás do rapaz e o puxou para a grade e começou a conversar com ele. O repórter conta que quando segurou o jovem, ele não resistiu, dando a entender que esperava apenas por uma ajuda, por um ombro amigo, por um abraço, nem que fosse de um estranho.
Leia mais:O jovem, de 22 anos, contou que o pai e a mãe eram grosseiros com ele, por isso resolveu dar fim à própria vida. Contou também que bebia cerveja e fumava maconha. Paparazzi conversou bastante e, logo em seguida, chegou um ciclista que conhecia o rapaz.
O ciclista informou que o jovem mora na Coca-Cola (Bairro Nossa Senhora Aparecida), disse que o pai tem uma panificadora no local. Diante da informação, Paparazzi pediu que o motoqueiro levasse o ciclista até a casa do pai e contasse o que aconteceu. Pouco tempo depois, o pai do rapaz chegou com um amigo e se emocionou bastante ao ver o filho naquela situação.
Reflexões
“A doença do século é a depressão, que atinge milhões de pessoas”, relata Paparazzi, emocionado, ao relembrar também das outras três pessoas que ele ajudou no momento em que elas tentavam tirar a própria vida.
O repórter orienta àqueles que pensam em cometer suicídio, que busquem com urgência um recurso, pois existem várias atividades para ocupar a mente; há também grupos de ajuda como Alcoólicos Anônimos (AA), Narcóticos Anônimos, profissionais da psicologia, assim como as igrejas, que também fazem um serviço no sentido de auxiliar as pessoas que estão “no fundo do poço”.
“A pessoa nunca deve se fechar”, resume Paparazzi, acrescentando que é sempre preciso procurar amigos e familiares em quem se confia. “Mas jamais tire a própria vida”, aconselha Paparazzi, ao explicar que, segundo sua fé, o suicídio impossibilita a salvação da alma.
Paparazzi admite que ele mesmo já teve problemas emocionais que também o levaram a tentar tirar a própria vida, mas sua mãe o ajudou e ele também procurou atendimento especializado, por isso hoje pode contar essa história. “No meu dia a dia me deparo com várias pessoas com problemas e gosto sempre de dar boas ideias a elas”, afirma. (Chagas Filho)