Enquanto não desenvolvemos uma cultura produtiva, uma que seja na agricultura, pecuária, piscicultura ou na verticalização do minério; enquanto a indústria não chega e etc., podemos buscar outras formas de fazer entrar dinheiro novo na cidade. A anemia financeira que se abateu em todo o país tem levado muitos a se reinventarem, tentarem novas estratégias, se virarem nos “trinta” ou fecharem as portas. Existem saídas que comumente são desprezadas, tudo à espera de um milagre que venha do céu ou que não exija esforços pessoais. A crise existe e precisa ser enfrentada com as alternativas disponíveis.
Poderia defender qualquer outra vocação, e todas podem trazer grandes divisas. No entanto, vou continuar batendo na tecla do turismo como alavanca para fortalecer diversos setores locais. Essa vocação toma por base o que há instalado e passa por aprimoramentos, mas, considerando o que já se tem, já dá para dar grandes passos. Vamos elencar como o primeiro fundamento para começar nesta caminhada a realização do calendário cultural, da promoção de alguns importantes eventos: Carnaval, Aniversário de Marabá, Feira Agropecuária, Festejos Juninos, Veraneio, Círio de Nazaré, Festejos de São Félix de Valois, Natal Encantado, Réveillon, entre outros. Tudo isto capitalizado através de articulação, reforçaria a tese do turismo interno e regional, atrairia pessoas de municípios próximos. Tudo com divulgação bastante antecipada. Nada sem uma grande divulgação.
A perda de alguns voos da TAM e da companhia GOL acendeu o sinal de alerta para nós. Está faltando pouco para que o sinal vermelho acenda, numa grande crise que afastará muitos visitantes e turistas. Reclamamos muito sem considerar a lei da oferta e da procura, sem olhar que estas grandes empresas trabalham com muito planejamento e colocam seus aviões caríssimos onde mais se lucra, em termos de passageiros e cargas transportadas. Reclamamos e não fazemos nada para mudar a realidade. Perdemos e chiamos, depois nos acomodamos e ficamos esperançosos que surja um grande investimento na cidade, tudo sem que se busque a produção de algo que movimente a produção local.
Força da cultura e do turismo
A Amazônia, em 2017, foi considerada vitrine do turismo brasileiro, com a previsão de injetar, pelo Ministério do Turismo, R$ 20 milhões nesta estratégia de desenvolvimento. Mas, a notícia ruim, é que nada foi feito de significativo até agora. Toda a região amazônica continua com braços cruzados e colados, pernas engessadas, sem nada de concreto. Apenas algumas peças publicitárias na mídia nacional, nada de benefício econômico. Brasília não resolverá o problema do País, o Pará não resolverá os problemas dos municípios. Os maiores travamentos das políticas estão nas cidades e são estes que devem gastar a sola do sapato.
O nosso potencial turístico precisa de um olhar técnico, para a gestão pública e para a classe empresarial, para um planejamento de ação conjunta, com todos os interessados e não apenas um pequeno grupo. Precisa de uma força da coletividade, muita mesmo, principalmente do setor privado, que procura a todo custo encontrar a gestão pública como tábua de salvação.
O Inventário Turístico produzido na gestão passada revela o que temos para seguir adiante, para avançar. No que se refere aos equipamentos e serviços turísticos, foram identificados e visitados no município cerca 35 meios de hospedagem e que juntos oferecem aproximadamente 1.432 unidades habitacionais e 2.018 leitos, 10 agências de turismo. Contudo, dos estabelecimentos pesquisados, apenas 2 hotéis e 7 agências de turismo possuíam o seu Cadastro no Ministério do Turismo, obrigatório, conforme a Lei 11.771/2008. No que se refere aos espaços livres, o município conta com inúmeras praças. Entre os espaços disponíveis para realização de eventos, destacam-se as instalações esportivas, sendo um ginásio municipal para cerca de 1.500 pessoas, estádio municipal para 5 mil pessoas e um parque de exposições com capacidade para mais de 20 mil pessoas.
O potencial atrativo do município engloba importantes elementos naturais relacionados ao relevo de serras, florestas e dos rios Tocantins e Itacaiunas. Destacam-se nesse sentido as praias do Tucunaré, São Félix, Geladinho e dos Lençóis. Esses elementos podem ser acessados para diversas atividades, como trilhas, pedaladas, canoagem, pescaria e banho.
Devido à característica de relevo de serra, é possível encontrar diversos pontos de corredeiras e quedas d’água em áreas próximas. Porém, esse potencial ainda não é percebido pelo trade local e pela gestão municipal.
Apesar de possuir um parque hoteleiro de boa qualidade, o fluxo de visitantes ou turistas, caracteriza-se de forma geral por funcionários de empresas mineradoras, garimpeiros e representantes comerciais e veranistas. Dessa maneira, é importante que se desenvolva uma forma de atuar em rede e cooperação, unificando políticas de infraestrutura, sanitária, ambiental, educacional e cultural. É essencial o reconhecimento e apropriação turística do patrimônio cultural material e imaterial do município, de forma a agregar valor à vivência turística no município.
Um plano para encorajar
Com base na análise do potencial turístico do município, podemos considerar a necessidade de maiores investimentos na infraestrutura de acesso, principalmente na sinalização turística, além da diversificação de equipamentos de entretenimento e lazer, na recuperação dos espaços públicos como a orla e toda uma atenção especial com os balneários e o meio ambiente.
Outro fator importante é o aperfeiçoamento e fortalecimento da gestão do turismo no município, capaz de promover ações em articulação com os produtores rurais e com a política ambiental e indigenista. Nesse sentido, torna-se recomendável, ações continuadas de sensibilização e mobilização do trade local e da sociedade civil para a importância do turismo, assim como é importante desenvolver projetos de pesquisa, informação, sinalização e acessibilidade aos principais atrativos do município.
Concomitante a essas perspectivas é necessário estabelecer mecanismos de participação com o fortalecimento de organismo de gestão do turismo, do Conselho Municipal de Turismo e pela contração de profissionais especializados para elaboração de um plano municipal de turismo, além de promover estímulos à formalização, regularização e investimentos em serviços turísticos de receptivo, além da devida estruturação da Secretaria para que possa atender as diferentes frentes de atuação que se faz necessário.
Como afirma o hino, Marabá é “cidade relicária e graciosa, imponente na história que palpita nos corações de teus filhos que cantam sem cessar Marabá! Marabá! Terra bendita. Deu-nos berço de bonança e de alegria por ter vivido aqui os nossos velhos ancestrais. Deu, enfim, ao seu povo a terra hospitaleira com os lauréis da glória os vastos castanhais. Como precioso presente imerso ao leito, várias blendas como prêmio, deu a natureza, deu-lhe o ouro, o cristal, em profusão o diamante na mais pura e vicejante seara de riqueza”. Tudo de bom.
Enfim, foi lançada a bola e o jogo precisa começar para que venha dinheiro novo para nossa Terra Bendita. Hora de correr rumo ao futuro. Força e coragem para uma tarefa que é de todos, não devemos ficar a espera de um milagre, de uma siderúrgica ou ferrovia. Que ela venha, mas até lá devemos gerar emprego para nossa gente, frear a violência e trazer a dignidade e prosperidade.
Enquanto não desenvolvemos uma cultura produtiva, uma que seja na agricultura, pecuária, piscicultura ou na verticalização do minério; enquanto a indústria não chega e etc., podemos buscar outras formas de fazer entrar dinheiro novo na cidade. A anemia financeira que se abateu em todo o país tem levado muitos a se reinventarem, tentarem novas estratégias, se virarem nos “trinta” ou fecharem as portas. Existem saídas que comumente são desprezadas, tudo à espera de um milagre que venha do céu ou que não exija esforços pessoais. A crise existe e precisa ser enfrentada com as alternativas disponíveis.
Poderia defender qualquer outra vocação, e todas podem trazer grandes divisas. No entanto, vou continuar batendo na tecla do turismo como alavanca para fortalecer diversos setores locais. Essa vocação toma por base o que há instalado e passa por aprimoramentos, mas, considerando o que já se tem, já dá para dar grandes passos. Vamos elencar como o primeiro fundamento para começar nesta caminhada a realização do calendário cultural, da promoção de alguns importantes eventos: Carnaval, Aniversário de Marabá, Feira Agropecuária, Festejos Juninos, Veraneio, Círio de Nazaré, Festejos de São Félix de Valois, Natal Encantado, Réveillon, entre outros. Tudo isto capitalizado através de articulação, reforçaria a tese do turismo interno e regional, atrairia pessoas de municípios próximos. Tudo com divulgação bastante antecipada. Nada sem uma grande divulgação.
A perda de alguns voos da TAM e da companhia GOL acendeu o sinal de alerta para nós. Está faltando pouco para que o sinal vermelho acenda, numa grande crise que afastará muitos visitantes e turistas. Reclamamos muito sem considerar a lei da oferta e da procura, sem olhar que estas grandes empresas trabalham com muito planejamento e colocam seus aviões caríssimos onde mais se lucra, em termos de passageiros e cargas transportadas. Reclamamos e não fazemos nada para mudar a realidade. Perdemos e chiamos, depois nos acomodamos e ficamos esperançosos que surja um grande investimento na cidade, tudo sem que se busque a produção de algo que movimente a produção local.
Força da cultura e do turismo
A Amazônia, em 2017, foi considerada vitrine do turismo brasileiro, com a previsão de injetar, pelo Ministério do Turismo, R$ 20 milhões nesta estratégia de desenvolvimento. Mas, a notícia ruim, é que nada foi feito de significativo até agora. Toda a região amazônica continua com braços cruzados e colados, pernas engessadas, sem nada de concreto. Apenas algumas peças publicitárias na mídia nacional, nada de benefício econômico. Brasília não resolverá o problema do País, o Pará não resolverá os problemas dos municípios. Os maiores travamentos das políticas estão nas cidades e são estes que devem gastar a sola do sapato.
O nosso potencial turístico precisa de um olhar técnico, para a gestão pública e para a classe empresarial, para um planejamento de ação conjunta, com todos os interessados e não apenas um pequeno grupo. Precisa de uma força da coletividade, muita mesmo, principalmente do setor privado, que procura a todo custo encontrar a gestão pública como tábua de salvação.
O Inventário Turístico produzido na gestão passada revela o que temos para seguir adiante, para avançar. No que se refere aos equipamentos e serviços turísticos, foram identificados e visitados no município cerca 35 meios de hospedagem e que juntos oferecem aproximadamente 1.432 unidades habitacionais e 2.018 leitos, 10 agências de turismo. Contudo, dos estabelecimentos pesquisados, apenas 2 hotéis e 7 agências de turismo possuíam o seu Cadastro no Ministério do Turismo, obrigatório, conforme a Lei 11.771/2008. No que se refere aos espaços livres, o município conta com inúmeras praças. Entre os espaços disponíveis para realização de eventos, destacam-se as instalações esportivas, sendo um ginásio municipal para cerca de 1.500 pessoas, estádio municipal para 5 mil pessoas e um parque de exposições com capacidade para mais de 20 mil pessoas.
O potencial atrativo do município engloba importantes elementos naturais relacionados ao relevo de serras, florestas e dos rios Tocantins e Itacaiunas. Destacam-se nesse sentido as praias do Tucunaré, São Félix, Geladinho e dos Lençóis. Esses elementos podem ser acessados para diversas atividades, como trilhas, pedaladas, canoagem, pescaria e banho.
Devido à característica de relevo de serra, é possível encontrar diversos pontos de corredeiras e quedas d’água em áreas próximas. Porém, esse potencial ainda não é percebido pelo trade local e pela gestão municipal.
Apesar de possuir um parque hoteleiro de boa qualidade, o fluxo de visitantes ou turistas, caracteriza-se de forma geral por funcionários de empresas mineradoras, garimpeiros e representantes comerciais e veranistas. Dessa maneira, é importante que se desenvolva uma forma de atuar em rede e cooperação, unificando políticas de infraestrutura, sanitária, ambiental, educacional e cultural. É essencial o reconhecimento e apropriação turística do patrimônio cultural material e imaterial do município, de forma a agregar valor à vivência turística no município.
Um plano para encorajar
Com base na análise do potencial turístico do município, podemos considerar a necessidade de maiores investimentos na infraestrutura de acesso, principalmente na sinalização turística, além da diversificação de equipamentos de entretenimento e lazer, na recuperação dos espaços públicos como a orla e toda uma atenção especial com os balneários e o meio ambiente.
Outro fator importante é o aperfeiçoamento e fortalecimento da gestão do turismo no município, capaz de promover ações em articulação com os produtores rurais e com a política ambiental e indigenista. Nesse sentido, torna-se recomendável, ações continuadas de sensibilização e mobilização do trade local e da sociedade civil para a importância do turismo, assim como é importante desenvolver projetos de pesquisa, informação, sinalização e acessibilidade aos principais atrativos do município.
Concomitante a essas perspectivas é necessário estabelecer mecanismos de participação com o fortalecimento de organismo de gestão do turismo, do Conselho Municipal de Turismo e pela contração de profissionais especializados para elaboração de um plano municipal de turismo, além de promover estímulos à formalização, regularização e investimentos em serviços turísticos de receptivo, além da devida estruturação da Secretaria para que possa atender as diferentes frentes de atuação que se faz necessário.
Como afirma o hino, Marabá é “cidade relicária e graciosa, imponente na história que palpita nos corações de teus filhos que cantam sem cessar Marabá! Marabá! Terra bendita. Deu-nos berço de bonança e de alegria por ter vivido aqui os nossos velhos ancestrais. Deu, enfim, ao seu povo a terra hospitaleira com os lauréis da glória os vastos castanhais. Como precioso presente imerso ao leito, várias blendas como prêmio, deu a natureza, deu-lhe o ouro, o cristal, em profusão o diamante na mais pura e vicejante seara de riqueza”. Tudo de bom.
Enfim, foi lançada a bola e o jogo precisa começar para que venha dinheiro novo para nossa Terra Bendita. Hora de correr rumo ao futuro. Força e coragem para uma tarefa que é de todos, não devemos ficar a espera de um milagre, de uma siderúrgica ou ferrovia. Que ela venha, mas até lá devemos gerar emprego para nossa gente, frear a violência e trazer a dignidade e prosperidade.