Reflorestar para manter o bioma da região e garantir a economia local. Este é o objetivo do projeto “Reviver”, uma parceria entre a Fundação Casa da Cultura de Marabá e o Ministério Público de Marabá e São Geraldo do Araguaia para o reflorestamento da área de extração da aldeia Suruí Sororó. A aldeia localizada em São Geraldo possui cerca de 26 mil hectares e tem uma população de 332 habitantes que vivem prioritariamente da extração da castanha, necessitando de um trabalho constante de monitoramento e equilíbrio entre extração e reposição de sementes e mudas.
Segundo a presidente da FCCM, Vanda Américo, o Projeto Reviver é um plano piloto de recomposição da mata, que consiste em um primeiro momento na doação de sementes que são cultivadas no viveiro da Seagri, para a posterior entrega das mudas. “Esta é a nossa segunda ação na região, com a entrega de uma diversidade de mudas, entre elas a castanha-do-pará, que é a principal fonte de renda dos moradores locais; a sapucaia, tuturubá, açaí, tangerina, entre outras. Ano passado entregamos 800 mudas para a aldeia e desta vez aumentamos o número para 1.300 mudas”, comemora Vanda.
Ainda de acordo com a presidente, é possível alargar o número de mudas para o reflorestamento da região, já que o viveiro da Seagri tem potencial de produzir ainda mais mudas para reflorestamento, dependendo apenas de mais parcerias para expandir o projeto. “É de suma importância trazermos mais parceiros para a consolidação deste projeto. Precisamos de sementes para que possamos trazer ainda mais mudas. O viveiro comporta cerca de um milhão de mudas, mas este ano só produziu 600 mil por falta de parcerias”, comenta.
Leia mais:No tocante a novas parcerias, a segunda ação do projeto Reviver, contou com o apoio e atuação do Instituto Ideoflor Bio. Segundo Douglas Costa, gerente do Instituto em São Geraldo, essa foi mais uma oportunidade de trabalhar em prol da comunidade Suruí Sororó. “Nós já possuímos uma parceria com as lideranças indígenas locais, pois fazemos o monitoramento do Gavião Real, que migra do Araguaia para a reserva da aldeia, então poder participar deste projeto de reflorestamento é muito especial para nós”, afirma.
EQUILIBRANDO O ECOSSISTEMA
Para a mestranda e integrante da aldeia Suruí Sororó, Matani Suruí, que esteve presente durante entrega das mudas, este tipo de iniciativa é fundamental para a manutenção da comunidade. “É um meio de reflorestar não só o que já perdemos em relação ao trabalho extrativista, como também de agregar espécies frutíferas que beneficiam o equilíbrio da nossa alimentação, dos nossos animais, já que vivemos da caça e da pesca. Pra nós, o meio ambiente é muito importante, vivemos para cuidar da reserva”, pontua. A promotora Josélia Leontina, que também foi à aldeia, avalia que o projeto está no andamento esperado. As primeiras mudas de castanha foram entregues com o compromisso deles mandarem mais castanhas para a preparação de mais mudas p o ano que vem. “A situação da energia está encaminhada. A Celpa vai fazer a instalação até o mês de fevereiro de 2020. O projeto da reforma da escola também está em andamento”, explicou. (Da Redação)