Ontem pela manhã, o delegado Márcio Maio conversou com a Imprensa de Marabá sobre uma série de golpes que vem sendo feita em aplicativos e sites de compras pela Internet. Entre os sítios mais utilizados está o OLX, que é o maior site de compras do País. “Façam negócio, mas se cubram de todos os cuidados possíveis. Chamem todas as pessoas, não fiquem com interlocutor, porque o golpe consiste em três pessoas: o vendedor, o comprador e o interlocutor, aumentando o preço para um e diminuindo o preço para outro”, explica.
Segundo o delegado, em geral o golpe acontece da seguinte forma: quando alguém põe um produto para anunciar na OLX, o estelionatário se apresenta como interessado em comprar o produto. Ele pede fotos do bem e da documentação e em seguida começa a anunciar o mesmo produto, mas por um preço bem mais baixo. Daí em diante, o golpe segue o fluxo.
O estelionatário – quando encontra um comprador – conta uma história bem elaborada, justificando o preço baixo do produto e dizendo que está vendendo o bem porque o dono anterior não conseguiu pagar, ou porque está pagando a dívida dessa pessoa, por exemplo. E no meio da conversa ele convence comprador e vendedor a fecharem negócio sem falarem um com o outro sobre o preço do produto.
Leia mais:Convence o comprador a fazer um TED Bancário para uma conta (supostamente do dono do produto), mas a transferência do dinheiro nunca será efetivada porque o dinheiro foi para outra conta. Quando o comprador e o vendedor conseguem perceber que estão numa cilada, já é tarde, quem passou o dinheiro já perdeu.
Entre as vítimas está um rapaz que perdeu R$ 6 mil na compra de uma moto e também um empreendedor que transferiu nada menos de R$ 90 mil para adquirir um trator, mas nunca recebeu o maquinário e dificilmente receberá.
“Cidadão de bem, não existe compra de um bem abaixo do valor de tabela. Para quem está vendendo, não existe compra de um bem muito acima do valor de tabela”, alerta o delegado Márcio Maio, acrescentando que muitas pessoas caem no golpe do estelionato porque querem ganhar um pouquinho mais.
O delegado lembra que muitos golpes são aplicados a partir do Mato Grosso, principalmente de Cuiabá, capital daquele Estado, e explica que isso é um problema que pode travar as investigações em torno do golpe, pois cria uma discussão sobre atribuição de competência, se é da Polícia Civil do Estado onde moram as vítimas ou da comarca onde foi depositado o dinheiro.
O policial confirma que instaurou inquéritos para apurar os casos, mas corre o risco de quando o assunto chegar ao Poder Judiciário, o juiz do feito pode entender que a competência não é do Pará. (Chagas Filho)