Integrantes do Conselho Municipal dos Diretos da Pessoa com Deficiência de Parauapebas (CMDPDP) percorreram a Rua do Comércio, no Bairro Rio Verde, na manhã desta quinta-feira (21), para mostrar as dificuldades diárias de um cadeirante na hora de trafegar pelas vias da cidade.
Existem rampas, mas não são acessíveis na prática, não há sinalização nas estruturas para que o deficiente possa atravessar a rua e é preciso contar com a boa vontade dos motoristas para que parem e deficientes possam atravessar. Estes são alguns dos pontos que o CMDPDP reivindica melhorias.
O presidente do CMDPDP, José Monteiro, destaca que a instituição fiscalizou nesta quinta a normativa que tange as barreiras arquitetônicas. “Como locais que não são padronizados e quando padronizados estão fora da normativa da ABNT”. O intuito é encaminhar relatório para as autoridades competentes. Monteiro trabalha como auxiliar administrativo e é cadeirante há 18 anos, desde que foi vítima de um tiro durante assalto.
Leia mais:“São diversas dificuldades que encontramos em Parauapebas. Para o cadeirante, hoje, as barreiras arquitetônicas são calçadas obstruídas, não tem estacionamento para pessoas com deficiência nas principais vias, prédios sem acessibilidade, sendo eles órgãos públicos e privados, uma série de mazelas que ainda temos que corrigir neste município”, destaca o presidente.
Érico Ribeiro é tetraplégico e mesmo tendo um acompanhante para ajudá-lo encontra dificuldade na hora de subir a rampa. “Por eu ser uma pessoa tetraplégica então uma rampa dessa é muito complicada, eu considero uma rampa dessa como a rampa da morte porque eu sozinho não consigo nem descer e nem subir. Uma rampa dessas está me colocando em risco porque eu posso cair na rua”, desabafa. Érico se tornou tetraplégico há 13 anos após mergulhar em água rasa e bater a cabeça em um banco de areia.
O mototaxista Célio Roberto era quem ajudava Érico a tentar subir na calçada. “Aqui é muito dificultoso para pessoas com deficiência subirem, é muito alta a rampa. É mau estruturado, eu desço da moto e vou ajudar mesmo por que é difícil uma pessoa deficiente subir em um local desses sozinha”, declara.
A assistente Social Ivonete Macedo Rodrigues se tornou cadeirante desde que sofre um acidente de moto há 13 anos. Ela relata a dificuldade em estacionar nas ruas da cidade. “Fui hoje em uma consulta no Bairro Jardim Canadá e não tinha vaga prioritária no estacionamento, e mesmo quanto tem outros motoristas não respeitam, mas aqui na Rua do Comércio a dificuldade é maior ainda, pelo trânsito que é grande. Na praça (da Rua do Comércio) tem uma vaga, mas toda vez que a gente vai estacionar está ocupada por motos e por carros de pessoas que não são deficientes. Isso torna a vida da gente ainda mais difícil”, relata.
A assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal foi procurada pela Reportagem, mas até o fechamento dessa reportagem não foi enviado posicionamento solicitado. (Theíza Cristhine)