O concurso Troféu Agulha de Ouro chegou à 4ª edição em 2019 reunindo costureiras, estilistas e modelos de várias cidades do Sudeste do Pará. O evento foi realizado no Shopping Pátio Marabá, no último dia 8, e teve como tema “Princesas de Camelot”. Ao todo, 16 costureiras apresentaram vestidos em um desfile, que contou com cinco jurados, sendo três técnicos e dois artísticos.
A grande vencedora, Almira Ribeiro, saiu de Cajazeiras, distrito de Itupiranga localizado a 65 km de Marabá, e contou à reportagem do Correio de Carajás que não deu tempo de reunir uma torcida porque ela conseguiu criar o vestido somente dois dias antes do concurso. “A minha modelo foi a última a desfilar, mas cada vez que eu olhava pra ela sorrindo, com aquela vontade de estar ali, isso me animava. Eu fiquei meio sem graça porque vi as torcidas das colegas e eu sozinha. Só que no fundo eu acreditava que ia ganhar”, afirmou.
A modelo que desfilou com o vestido criado por Almira foi a mais nova a pisar na passarela. Com apenas 11 anos de idade, Bel Mendes conquistou os jurados e garantiu o primeiro lugar. “Eu fiquei muito nervosa porque foi a terceira vez que eu desfilei e cheguei atrasada, pensei que nem ia mais desfilar. Mas o vestido ficou muito lindo, eu adorei e demonstrei toda a minha alegria lá”, lembrou.
Leia mais:Já é a terceira vez que Almira participa do Troféu Agulha de Ouro e na primeira vez ela ficou em segundo lugar. Porém, ano passado a costureira não levou nenhum prêmio, o que não a desmotivou de participar novamente este ano, pois para ela o evento ajuda a valorizar a profissão e também a descontruir a imagem de que esse ofício ficou para ‘senhoras que usam óculos’.
“É uma profissão que precisa ser valorizada. As pessoas têm que mudar esse olhar tão pequeno. A moda existe porque depende da costureira e qualquer mulher pode se tornar uma profissional nesse ramo”, disse, ressaltando que aprendeu o ofício com a própria mãe, que hoje tem 80 anos de idade e viu Almira seguir os mesmos passos ao criar os filhos trabalhando junto à máquina de costura.
Para o produtor de moda, Luciano Vinitiz, que é o organizador do concurso, essa mudança do olhar sobre a profissão já é percebida no evento e este ano ficou em maior evidência porque as participantes se mobilizaram usando as redes sociais. “A quantidade de vídeos das costureiras mostrando seus trabalhos nas redes sociais foi o diferencial dessa edição do prêmio. A costureira que a gente achava que era aquela pessoa simples, pacata, de repente estava parecendo grandes profissionais da comunicação, mostrando e chamando apoio para o concurso. Então foi uma vitória saber que o evento estimulou que elas ficassem mais tecnológicas”, disse. (Fabiane Barbosa)