Correio de Carajás

Marabá será berço de mudança na produção mundial de aço

Marabá será berço de mudança na produção mundial de aço

Atualização 12 de novembro de 2019 por Redação

O diretor de projetos da Tecnored e diretor de tecnologia da Leaf Iron, Hermes Ferreira Filho, afirmou que uma tecnologia desenvolvida no Brasil, junto com o Senai Cimatec, será aplicada em uma fábrica de ferro gusa em Marabá, no sudeste do Pará, e que isso “vai mudar a forma de se produzir aço no mundo”. As duas empresas são subsidiárias da Vale e a declaração foi repercutida neste domingo (10) pelo Portal Terra.

Ainda de acordo com a publicação, a tecnologia substitui 50% do combustível fóssil usado para gerar a energia que transforma minério de ferro em ferro gusa por biomassa de capim de alta produtividade, produto também criado pela empresa.

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Em maio deste ano o governo do Pará anunciou a implantação da usina de laminação de aço em Marabá, construída em parceria com a Vale e o grupo China Communication Construction Co (CCCC), controladora da Concremat, com investimento de R$ 1,5 bilhão. O protocolo de intenções foi assinado pelo governador Helder Barbalho (MDB) e esta será a primeira planta de verticalização de minério de ferro no Pará.

À época, em comunicado ao mercado, a mineradora informou que apoiará o projeto através da emissão de garantias que viabilizem o financiamento a ser contratado pela Concremat/CCCC, em valores a serem acordados posteriormente e inferiores ao valor do investimento total.

De acordo com o governo estadual, pela primeira vez em mais de quatro décadas de exploração mineral no território paraense, o Pará dispõe de um novo modelo produtivo para a cadeia do minério de ferro, que torna possível a implantação de uma usina laminadora de aço em Marabá.

A indústria, destacou o governador ao assinar o protocolo, tem capacidade para alavancar a economia de dezenas de municípios mineradores, produtores de matéria-prima de alta qualidade, com grandes estoques para assegurar produtos de ponta, pronto atendimento e personalização dos itens importantes do segmento de laminação de aço para os mercados da construção civil, de equipamentos agrícolas, de empresas automotivas e de máquinas e equipamentos.

Sobre a escolha de Marabá, Helder Barbalho frisou os atributos do polo regional para capitanear esse novo processo industrial que agrega valor à base econômica minerária: localização geográfica estratégica, como centro de serviços e comércio, e excelentes malhas ferroviária e hidroviária disponíveis para atender as regiões mais distantes dos grandes centros produtores de aço no Brasil.

A nova tecnologia que será inserida nessa indústria é capaz de produzir ferro gusa com 50% menos emissão de CO2 e metade da água usada hoje, com mais eficiência, menor custo e sem gerar resíduos, acrescentou Ferreira, conforme a publicação deste domingo. O Portal Terra divulgou, ainda, que as obras da fábrica começarão em maio e as operações em abril de 2022. (Luciana Marschall – com informações de Terra e Agência Pará)