O movimento dos garimpeiros que há dias realiza manifestações na região sul e sudeste do Estado do Pará decidiu na noite desta sexta (1º) encerrar as manifestações por meio de bloqueios de rodovias após confirmação de que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzon, e representantes de outros órgãos federais, como Ibama, irão se reunir na próxima semana com representantes do movimento, senadores e deputados da bancada paraense. O encontro foi agendado para a próxima terça (5), ao meio-dia, na Casa Civil, em Brasília.
Desde o último dia 28 o movimento bloqueia importantes rodovias na região. Nesta sexta (1), a BR-155, em Eldorado do Carajás, no sudeste do Estado, que tinha sido interditada na tarde de terça-feira (29), foi desobstruída à tarde por ordem da Justiça Federal. A ação do cumprimento do mandado judicial expedido pelo juiz Heitor Gomes, da Vara Federal de Marabá, contou com o apoio de 30 homens da Polícia Militar, sob o comando do coronel Juniso, comandante do CPR II. A desocupação foi tranquila.
Os cerca de 100 manifestantes que bloqueavam o km 250 da rodovia deixaram o local, mas seguem mobilizados, dando apoio ao movimento dos outros garimpeiros da região. Os manifestantes protestam contra as operações do Ibama de combate aos garimpos ilegais na região. O estopim foi a Operação Ouro Verde, que fechou e destruiu maquinários em vários garimpos na semana passada. Os mineradores decidiram pressionar o Governo Federal para liberar licença de lavras.
Leia mais:No dia 28 houve o fechamento da PA-279, no trecho que corta Ourilândia do Norte. A partir disso, garimpeiros e donos de garimpos de outras seis cidades do Pará se juntaram ao protesto. Na manhã de quarta-feira, 30, o movimento fechou a BR-158, em Cumaru do Norte, no sudeste do Pará, e na quinta-feira, 31, interditou também parte do trecho da PA-287, localizada no trevo do Tatá, a 20 quilômetros de Redenção.
Desde então, os manifestantes vinham permitindo a passagem de ambulâncias e veículos oficiais e, em intervalos que variavam de três a 12 horas, liberando a pista para passagem de veículos de passeio e alguns caminhões de carga. Na tarde desta sexta, os manifestantes de Ourilândia do Norte haviam decidido não deixar passar mais qualquer carregamento de combustível, o que impactaria no fornecimento aos postos de combustíveis caso a manifestação continuasse. (Tina Santos)