A movimentação de pessoas visitando túmulos de entes queridos começou já na manhã desta sexta-feira (1), véspera do Dia de Finados. No Cemitério Jardim da Saudade, na Folha 29, Nova Marabá, a Reportagem do Correio de Carajás encontrou muita gente limpando os jazigos e organizando as homenagens aos parentes falecidos.
O aposentado João da Cruz Rodrigues faz questão de ir todos os anos pessoalmente fazer a limpeza das sepulturas da mãe e da irmã porque para ele é uma forma de gratidão pelo amor que recebeu delas enquanto eram vivas.
“A gente não esquece mesmo que tenha muitos anos de saudade, mas isso não desfaz o sentimento da gente. Enquanto eu estou aqui limpando, as lembranças vêm. Me lembro do café da manhã, delas fazendo bolo mangulão, bolo de arroz”, relembrou com lágrimas nos olhos.
Leia mais:A limpeza de toda a área do cemitério foi feita pelas quatro equipes da prefeitura que foram enviadas pela Secretaria de Viação e Obras Públicas (SEVOP) e pelo Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM) para fazer a poda de árvores, capinar os canteiros e fazer a pintura de meio fio, da sala da administração e também da capela.
A Reportagem esteve, ainda, no Cemitério São Miguel, localizado na Velha Marabá, que é o primeiro campo santo da cidade. Por lá também havia equipes da prefeitura trabalhando na pintura da fachada, da capela e de meio fio e na limpeza de toda a área entre os túmulos e na poda das árvores.
DINHEIRO EXTRA
O feriado de finados não é apenas uma data para prestar homenagens a pessoas queridas que já faleceram, pois esse mesmo momento é aproveitado por muitos trabalhadores informais para fazer um lucro extra.
A artesã Mayara Esteffane Gomes de Sousa é uma das dezenas de vendedores que montam barracas na calçada do cemitério da Folha 29. Há seis anos ela sai de Imperatriz, no Maranhão, para vir trabalhar em Marabá, onde passa três dias.
As coroas de flores ela aprendeu a confeccionar com a mãe, que também é artesã, e divide os filhos em equipes para vender os produtos no feriado. “Já é uma tradição. Minha mãe vende lá em Imperatriz, meu irmão vai vender em Tucuruí e eu venho pra Marabá. É uma viagem longa, cansativa, mas compensa porque a gente sempre volta com estoque zerado”, contou entusiasmada, informando que trouxe ao todo 220 coroas de flores este ano. (Fabiane Barbosa)