Está sendo aplicada nesta quarta-feira, 19, a prova de nível médio do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) nas casas penais do Pará. Ontem a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) realizou a prova de nível fundamental do Encceja para 777 internos das unidades prisionais da Região Metropolitana de Belém (RMB) e municípios do interior.
A aplicação da prova conta com o apoio da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP). Custodiado a 1 ano e 2 meses no sistema, Edivaldo Pereira decidiu fazer pela primeira vez a prova do Encceja. “Pretendo concluir meus estudos e fazer algum curso de graduação. Estudar é a melhor forma para mudar de vida e conseguir me reinserir na sociedade. Acho muito bom o que a Susipe e a FTIP estão oferecendo para nós internos”, destacou detento.
Na avaliação de Patricia Sales, coordenadora de Educação Prisional da Susipe, a edição de 2019 do Encceja de forma positiva. Ela observa que somente no primeiro dia foram 777 participantes, enquanto no ano passado, equivalente aos dois dias de prova, totalizou-se 839 internos que fizeram a prova.
Leia mais:A coordenadora afirma que o número ampliado de participantes se deu porque a oferta da prova foi dada de forma geral, não somente para os detentos matriculados na educação. “Nós orientamos os técnicos em reinserção social a percorrerem nos blocos e destacarem a importância de fazerem a prova. Após certificados, para o próximo ano já poderemos inscrevê-los no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Nós preparamos os internos para esse momento com aulas, simulados e orientações. Nossa expectativa é positiva”, ressaltou.
De acordo com o coordenador de ensino da FTIP, Levison dos Anjos, o Encceja é importante porque por meio de exames como este o interno começa a ter mais oportunidades na sociedade. “A FTIP se faz presente nesses dois dias se dedicando ao máximo para que todos os internos possam realizar essa prova. O objetivo é que toda atividade educacional possa ocorrer com segurança e que o real papel das atividades educacionais possa ser colocado em prática, objetivando a reinserção do indivíduo em sociedade”, apontou.
Segundo o diretor de Reinserção Social da Susipe, Belchior Machado, o Encceja prisional tem como principal objetivo propiciar a certificação de ensino fundamental e médio às pessoas privadas de liberdade, o que apresenta-se como uma perspectiva de futuro ao participante. “O exame garante a conclusão de uma fase de seus estudos, contribuindo para sua inclusão em projetos de trabalho e produção – enquanto for custodiado – e no mercado de trabalho quando se tornar egresso do sistema, afastando-o da criminalidade. Estamos com a expectativa de que um bom percentual seja aprovado e, consequentemente, certificado”, avalia. (Tina Santos- com informações da Susipe)