A situação dos moradores do Bairro Francisco Coelho – o popular “Cabelo Seco” – segue com mais um episódio em busca de garantias para as famílias que tiveram casas removidas pela continuação das obras de infraestrutura portuária e de proteção das margens dos rios Itacaiunas e Tocantins, continuando do final da Orla Sebastião Miranda. Um novo documento foi assinado pela Prefeitura de Marabá para atender as exigências dos moradores.
Em entrevista ao Correio de Carajás, o superintendente de Desenvolvimento Urbano de Marabá, Mancipor Oliveira Lopes, explicou sobre a necessidade do novo acordo. “Houve um primeiro encontro no Ministério Público Estadual, pois os moradores solicitaram uma formalização do acordo indenizatório por garantia. Depois disso, tivemos a necessidade de remover mais casas e nesse momento eles se desesperaram, com razão. Então, eles solicitaram um segundo termo de compromisso adicionando novas exigências”, explica Lopes.
O novo termo estabeleceu algumas cláusulas para casos isolados, como dos moradores que pretendiam sair do Cabelo Seco, por exemplo. “Aqueles que não quiserem mais residir no bairro e nos apresentarem um imóvel viável e legal para desapropriação, serão removidos e realocados nesse novo endereço e não retornarão”, esclarece o superintendente.
Leia mais:Das oito famílias, apenas uma delas optou por não retornar para o Cabelo Seco, sendo que as demais retornarão após o fim da obra. “Todos os oito imóveis foram submetidos a uma perícia rigorosa antes da demolição, para quando houver a reconstrução, eles estejam bem parecidos de como eram. Ou seja, na mesma metragem quadrada construída, tamanho dos cômodos, etc”, conclui Lopes.
REMODELAGEM
Segundo o superintendente, a ideia era construir no Cabelo Seco apenas um muro de arrimo, porém, levando em consideração o atrativo turístico que isso trará, o projeto original foi alterado. Assim, incluíram uma espécie de mirante em formato redondo para contemplação do encontro dos rios e retiraram o Núcleo de Educação Infantil Deodoro de Mendonça, que ficava na praça Francisco Coelho, para dar mais amplitude ao espaço.
“A escola será reconstruída dentro do bairro em uma área já adquirida pelo município. No momento, a obra está em fase de licitação. O prefeito Tião Miranda tinha o desejo de iniciar o ano letivo de 2020 já com a nova escola em funcionamento, eu não sei se vai conseguir. Mas, a conclusão da obra dessa escola não passa do ano que vem”, garantiu Lopes.
Além disso, o superintendente revelou que o prefeito determinou que fosse realizado um estudo de viabilidade técnica, jurídica e econômica para revitalizar a fachada dos imóveis do bairro. “Isso ajuda na parte turística e valoriza os imóveis. É importante dizer que além de ser uma obra de contenção das águas dos rios – que todo ano sofrem cheias – é também uma forma de valorizar o potencial turístico do Bairro Cabelo Seco”, finaliza Mancipor. (Fabiane Barbosa e Zeus Bandeira)