Nesta terça-feira, 1° de outubro, é comemorado o Dia Nacional do Idoso. A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a população com 65 anos ou mais cresceu 26% nos últimos seis anos. A data traz debates sobre a longevidade, o emprego na terceira idade e a Reforma da Previdência.
O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária. E esse número tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo IBGE. Com a expectativa de vida maior, a endocrinologista Ávila Fagundes ressalta a importância do exercício físico e alimentação equilibrada, além de “não esquecer de ser feliz, é o melhor remédio que existe”.
“A gente tem que envelhecer com saúde e a saúde não se adquire de um dia para o outro. É preciso ter cuidado desde a adolescência para chegar na fase do idoso com qualidade de vida”, diz. Ela pontua que a falta de cuidados pode acarretar em hipertensão, obesidade, diabetes e problemas osteomusculares. “É preciso diminuir o sal, o açúcar e a gordura. Vemos muitas pessoas comendo embutidos, comida rápida, é preciso mudar esse estilo de vida”.
Leia mais:Uma terceira idade atuante e que vem se reinventado é representada por Adi Marilda Souza. Aos 66 anos, descobriu uma nova profissão. “Meu sonho era fazer uma panela de barro e ao procurar o curso Mulheres de Barro encontrei muito mais que procurava. Me reencontrei na melhor idade”, comemora. Hoje, Adi acumula as funções de instrutora e artesã do curso. “Procurou o curso como uma forma de terapia, de fugir do dia a dia, e encontrei uma nova profissão”, ressalta.
Já para a aluna do Mulheres de Barro, Antônia Domingues, 68 anos, aposentada desde os 55 anos, o curso a livrou da tristeza. “Hoje sou muito feliz aqui, fiz novas amigas, me reinventei. Posso dizer que o curso me livrou de uma possível depressão”, conta a aluna, que garante não sofrer preconceito pela idade, e que deu um novo significado à sua vida.
O Dia do Idoso e a legislação que protege o trabalho
A data da comemoração ao Dia do Idoso foi instituída em 1991 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar a população mais idosa. No Brasil, a leis ao idoso foram criadas através do Estatuto do Idoso, instituído pela lei 10.741 em outubro de 2013.
O Estatuto do Idoso assegura o direito à atividade profissional na terceira idade, respeitando as condições físicas, intelectuais e psíquicas. Proíbe a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir. E, garante estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.
No entanto, estudo divulgado em setembro deste ano pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta aumento do desemprego formal entre as pessoas com mais de 50 anos que vivem no Estado do Pará. Entre janeiro e agosto deste ano foram contratados aproximadamente 9 mil trabalhadores com mais de 50 anos de idade. No mesmo período, houve o desligamento de mais de 12 mil pessoas, ou seja, ao menos 3.200 postos de trabalho a menos para trabalhadores nesta faixa etária.
Reforma da previdência pode aumentar tempo de contribuição
Os benefícios da aposentadoria são garantidos pelo Estatuto do Idoso, no artigo 29. Mas, nesta terça-feira, deve ser votado no Senado a PEC (proposta de emenda à Constituição) que trata da reforma da Previdência, e muda as regras da aposentadoria.
Atualmente o trabalhador tem o direito a se aposentar tanto pela contribuição de 35 anos para os homens, 30 anos para as mulheres, quanto pela idade mínima para homens, 65, e mulheres, 60. Com a mudança os homens precisam ter 65 anos de idade, 20 anos de contribuição, e as mulheres 62 anos de idade e 15 de contribuição. (Theíza Cristhine – com colaboração de Luciana Marschal)