A 1ª Festa Literária de Marabá chegou ao fim neste domingo com a presença da grande homenageada da 23ª Feira Pan-amazônica, Zélia Amador. Ao todo, foram movimentados em torno de 1 milhão de reais durante os nove dias do evento, que contou com a visita de mais de 70 mil pessoas e gerou em torno de 200 empregos. Os dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Cultura.
A noite de encerramento começou com uma roda de conversa com a professora de artes da UFPA, doutora em Antropologia e co-fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará, Zélia Amador. Ela debateu sobre a situação dos negros no país, atualmente, e sobre a cultura negra. “Estou muito honrada de estar na feira em Marabá. a roda de conversa foi ótima, as pessoas participaram. Bom saber que pensamos iguais”, comentou Zélia.
O secretario de Cultura, José Scherer, destacou a tranquilidade com a qual a feira se deu e a importância de receber um evento como esse na cidade. “O público veio, tivemos estudantes, shows, comercialização de livros. É importante voltar a induzir o hábito da leitura nas pessoas. Não tivemos nenhuma intercorrência. Editores e comerciantes estão satisfeitos. Só temos que agradecer a população de Marabá e municípios vizinhos que apresentaram sua cultura e arte”, destaca.
Leia mais:A Secretaria de Educação (Semed), em parceria com a Secult, levou mais de 6 mil estudantes da rede municipal e estadual a visitar a feira. “Momento ímpar para os jovens. A maioria não conhecia sequer o Centro de Convenções. É um momento importante para nossa juventude ter esse contato com a cultura”, sublinha Scherer.
A pequena Sophia Menezes, 10 anos, concorda o com o secretário. A menina comprou vários livros para pintar, colorir, ler e saiu com um sorriso largo da feira. “É muito importante para nós crianças conseguimos aprender a ler mais rápido, conviver com os livros ao nosso redor, muito aprendizado. Esse ano comprei Diário de um Banana porque gosto muito de ler, principalmente comédia”, conta.
Foram mais de 25 mil títulos disponíveis para compra durante a Feira, representando mais de 100 editoras. A estudante de Letras-inglês Leticia Fonseca, ficou satisfeita coma variedade que tinha à disposição. “Livros muito ricos. Literatura brasileira, literatura estrangeira. Vi livros em inglês sendo comercializados. Como estudante de Letras, considero isso muito importante. Também tivemos literatura regional. Aqui não temos muitas opções de livrarias, então é a oportunidade que temos para conseguir os livros e ver as discussões culturais atuais”, conta a estudante, que saiu com cinco novos livros da feira.
O estande Escritores Regionais foi um dos mais movimentados da Festa Literária. A cada dia foram lançados diferentes livros de escritores do sul e sudeste do Pará. Na última noite foi a vez da escritora Maria da Conceição Silva Rodrigues, que lançou o livro “Educar, Assistir, Moralizar”. A obra conta a história de uma associação de mulheres que se reúnem para fazer coisas ditas do universo feminino e de repente se pegam envolvidas em ações de políticas públicas.
O escritor marabaense Abílio Pacheco, que lançou o livro “Jaçanã” durante a feira, também destaca a importância da ação para os escritores locais. “A existência da feira literária é imprescindível para os escritores da região mostrarem seu trabalho e terem um contato com o público, conclui.
Após a homenagem à Zélia Amador foi realizada uma apresentação do Estúdio de Dança Flávio Fernandes. O último ato da 1ª Festa Literária de Marabá se deu com a cantora Lanara Moreira, que interpretou várias músicas do rock nacional e MPB e levantou o público que compareceu ao auditório multivozes do Centro de Convenções. (Osvaldo Henriques/PMM)