O 1º Festival Literário de Parauapebas, encerrado na noite de ontem, domingo (16), demonstra que o fim do livro impresso, discutido a partir da perspectiva tecnológica, está longe de se consolidar (se é que um dia ocorrerá). A literatura, aparentemente, ainda é uma grande paixão para muita gente.
Conforme divulgado nesta tarde, segunda-feira (15), pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult), o evento movimentou em torno de R$ 1 milhão e atraiu um público de pelo menos 50 mil pessoas durante os cindo dias de realização.
No último dia do evento chegava a ser difícil circular entre os estandes e prateleiras de livros do festival, que é parte da programação da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. Do lado de fora, na Praça de Eventos, onde aconteciam as atrações culturais, mais espaços lotados, principalmente por pessoas que aguardavam ansiosas a apresentação de Dona Onete, que aos 80 anos encantou o público com muito Carimbó e em outubro sobe ao palco do maior festival brasileiro, o Rock in Rio, ao lado de outros paraenses ilustres.
Leia mais:Em entrevista ao Grupo Correio de Comunicação, Dona Onete falou um pouco sobre o sucesso que tem feito também fora do Brasil, onde excursionou recentemente. “Eu achei quase um milagre porque nós somos aqui do Norte, ribeirinhos, pessoal que mora mais afastado e o Carimbó é daqui. Fomos levando de um jeito carinhoso, cantando chamegado, e conseguimos levar para o outro lado do mundo, o Carimbó já está do outro lado do mundo”, declarou, antes de subir ao palco em Parauapebas.
O secretário municipal de cultura, Saulo Ramos, avaliou positivamente a festa literária. “Estamos muito contentes, alcançamos até mais que o objetivo, aqueceu a economia, hotéis lotados, muita gente contratada, muitas vendas, programação cultural vasta. Estamos muito contentes”, comemorou. Segundo a Secult, foram 25 estandes presentes, 19 deles paraenses, cerca de 20 mil títulos disponibilizados e mais de 200 empregos gerados.
A adolescente Yasmin Brandão, que cursa o primeiro ano do Ensino Médio, pode ter contato pela primeira vez com uma feira desta natureza. “Muito divertido porque é difícil encontrar ambientes que possuam qualidade de livros como aqui. Quero achar um livro de terror. Espero que tenha mais feira no próximo ano”, comentou.
Autoridades públicas também passaram pela feira durante as atividades. A abertura contou com a participação da Secretária Estadual de Cultura, Úrsula Vidal, que esteve na cidade prestigiando a primeira vez que a extensão da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes chegou à cidade. Do encerramento, participaram o deputado estadual Chamonzinho e o prefeito municipal, Darci Lermen. (Luciana Marschall – com informações de Adersen Arantes)