Supervisores de coleta e transporte do leite da indústria de laticínios participaram ontem, quarta-feira (4), de um treinamento no auditório do Senai, em Marabá, com objetivo de atender à Instrução Normativa 77/2018 (art. 24). O treinamento foi oferecido pelo Laboratório de Qualidade do Leite do Centro de Pesquisa em Alimentos (CPA/EVZ/UFG).
De acordo com a tecnóloga em alimentos Poliana Silva, em 26 de novembro do ano passado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) instruiu essa normativa e o treinamento é obrigatório para exigência da qualidade do leite. “São 40 indústrias participando, com funcionários, entre eles 109 motoristas, agentes de coleta e supervisores de coleta”, explica.
Dentre os principais tópicos, foram abordados treinamento básico sobre higiene e procedimento de coleta de leite; seleção da matéria-prima. com teste do álcool/alizarol e temperatura; e acondicionamento e envio das amostras para análises laboratoriais, atendendo a legislação vigente.
Leia mais:“Esses cuidados são necessários porque o leite é totalmente perecível e há doenças que podem contaminar o humano pelo leite. Há o risco, por exemplo, do antibiótico. O produtor pode vacinar o gado e não cumprir o período de carência e se a indústria não analisar corretamente esse leite e ele for processado, quem consumi-lo pode até desenvolver um câncer porque nas drogas para vacas existem substâncias cancerígenas, além de desenvolver resistência a antibióticos e caso precise tratar alguma doença futuramente, infelizmente, não vai ter resultado utilizando o antibiótico”, afirma.
O treinamento foi ministrado pelas instrutoras Profa. Dra. Clarice Gebara Tenório, da UFG, e Silmara Dâmaso, gerente técnica do Laboratório de Qualidade do Leite, com carga horária de três horas e meia.
Em agosto passado, uma reunião para esclarecer pontos das Normativas 76 e 77 foi realizada entre os produtores e indústrias. Na ocasião, Frederico Eduardo Machado Rodrigues, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Pará (Sindileite), com sede em Marabá, informou que melhorar o controle de qualidade do leite é essencial para que o Estado do Pará saia de um patamar atrasado e possa competir diretamente com a produção de leite em nível nacional. A auditora fiscal agropecuária Gabriela Bruneta do Couto tirou dúvidas dos participantes da reunião.
Ainda na época, o presidente do sindicato informou que no Pará 22 produtores possuem selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem animal comestíveis e não comestíveis destinados ao mercado interno e externo. Outros oito possuem, até o momento, apenas a certificação estadual, ou seja, não podem comercializar os produtos fora do Pará. (Luciana Marschall – com informações de Josseli Carvalho)