Por ordem do Ministério Público Federal (MPF), o laudo técnico da perícias de imagens feitas na refinaria Hydro Alunorte, em Barcarena, nordeste do Pará, foi entregue nesta terça-feira (3) à procuradoria da República. O MPF confirmou a entrega.
O Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves, segundo o MPF, foi alvo de uma investigação por atrasar a análise das imagens feitas logo após vazamentos de rejeitos da refinaria, em 2018, que, de acordo com estudos, contaminaram igarapés e rios. A Hydro nega que houve vazamento.
Segundo o CPC, foi entregue pessoalmente pelo diretor do centro, o perito criminal Celso Mascarenhas, ao procurador Ubiratan Cazetta.
Leia mais:Em nota, o CPC disse que a direção já estava empenhada no processamento das imagens, desde que havia sido notificado pelo MPF. O material chega a ultrapassar 30 gigabites de dados e, segundo a perícia, exigiu muito tempo de análise e processamento.
Uma força-tarefa de peritos foi formada para realizar as análises. O CPC informou, ainda, que o laudo demonstra o compromisso em colaborar com o MPF na apuração do caso e que continua à disposição, caso a procuradoria precise de mais explicações técnicas. O conteúdo não foi divulgado.
Entenda o caso
Nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2018, resíduos de bauxita contaminada foram despejados da Hydro Alunorte para o meio ambiente durante fortes chuvas em Barcarena. Após uma vistoria com a presença da procuradoria do Ministério Público, foi identificado uma tubulação clandestina que saída da refinaria e despejava rejeitos que contaminaram o solo da floresta e rios das localidades próximas. Ainda foram encontradas outras duas tubulações ilegais que tinham a mesma finalidade.
A empresa recebeu sanções da Justiça que determinou a redução de sua produção em 50% até que sejam resolvidos os problemas das comunidades atingidas pela contaminação e sejam resolvidos os problemas para a captação dos rejeitos das bacias durante as fortes chuvas que caem regularmente na região, além de ter condenado a empresa a pagar R$ 150 milhões por danos ambientais.
O Instituto Evandro Chagas realizou coletas de solo e água nas comunidades que ficam ao redor da Hydro e após análise em laboratório foi constatado alteração nos elementos químicos presentes no solo, além da presença de metais pesados e cancerígenos como chumbo. A Hydro encomendou um estudo que refutou as análises do IEC e negou que houve contaminação.
(Fonte:G1)