O Agosto Dourado incentiva e valoriza o aleitamento materno, considerado o alimento ideal para o bebê nos primeiros meses de vida. Esse importante gesto de afeto também favorece a mãe por reduzir em 4,3% o risco de câncer de mama, a cada 12 meses de amamentação. A doença é causada pela multiplicação desordenada de células e pode se instalar nos ductos lactíferos e mais raramente nos lóbulos mamários. As chances de uma mulher desenvolver esse tipo de tumor maligno, dependendo da população estudada, varia de 10 a 15%.
De acordo com o Instituto nacional do Câncer (Inca) a amamentação exerce um fator de proteção contra o câncer de mama. Uma publicação do Instituto apontou que “enquanto o bebê suga o leite ocorre uma espécie de esfoliação das células dos ductos mamários, assim, se houver células agredidas, são eliminadas e renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, inclusive algumas que poderiam ter lesões no material genético”.
A crescente participação feminina no mercado de trabalho mudou o padrão reprodutivo nos últimos anos, com o número reduzido de filhos aumentam a quantidade de ciclos menstruais. Por outro lado, a ciência evidencia que quanto maior é o número de ovulações, maior é o risco de formação de células mutantes pelos altos níveis de hormônios a que as mulheres são expostas.
Leia mais:Isso significa que a fase reprodutiva da mulher moderna está mais longa, sendo que as células mamárias normais são estimuladas pelo estrogênio e a progesterona, desde a primeira menstruação até o início da menopausa, conforme explica o especialista Celso Fukuda do Hospital Ophir Loyola.
“O ciclo menstrual, geralmente, começa antes dos 12 anos, o primeiro filho ocorre após os 35 anos e a menopausa após os 50 anos, ou seja, quanto maior for a vida reprodutiva, mais tempo de exposição aos hormônios e maior a probabilidade de desenvolver a neoplasia maligna mamária”, afirma o mastologista e ainda acrescenta que o aleitamento também reduz o risco para o câncer de ovário, pois as taxas dos hormônios caem e garantem uma maior proteção.
Outros fatores endócrinos contribuem para o surgimento da doença, tais como o uso de contraceptivos e terapia de reposição hormonal pós-menopausa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco, quatro de cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Os fatores genéticos/ hereditários como histórico familiar de câncer de ovário, mama e alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2 – que previnem a proliferação e o crescimento desordenado das células- correspondem de 5% a 10% do total de casos.
Cerca de 20% dos casos estão ligados a um hábito familiar e 70% são esporádicos; isto é, as alterações genéticas não foram herdadas, mas adquiridas ao longo da vida devido a fatores como o envelhecimento, a exposição hormonal, a radiação na mama e o sedentarismo.
“Em caso de fatores hereditários, somente o aleitamento não é um fator protetor importante, outras condutas são utilizadas como a quimioprofilaxia, que consiste no uso de medicamentos como o Tamoxifeno e o Anastrozol, para evitar o câncer de mama nessas mulheres. Em casos extremos, pode-se fazer a retirada da glândula mamária, mas não se aplica à população em geral”, garante o especialista.
Fukuda esclarece que a amamentação é mais um fator protetor do que um fator de risco. “Não significa que as chances de desenvolver a doença vão aumentar em demasia naquelas que não praticam o ato, mas que elas ficarão mais expostas aos riscos em comparação àquelas que amamentaram mais e por um período maior. Um estilo de vida saudável, a prática de atividades físicas regulares, uma alimentação com frutas e verduras naturais, reduzirá o risco em torno de 30% e a amamentação vai agregar como mais um fator protetor”, conclui.
Serviço
O Centro de Alta Complexidade em Oncologia / Hospital Ophir Loyola é responsável pelo estadiamento (que determina o avanço do câncer ), internação, e a conduta terapêutica das pacientes com câncer de mama. A atenção básica tem a atribuição de identificar precocemente os nódulos suspeitos, encaminhar e referenciar o paciente para a média complexidade, onde os exames especializados são realizados e, posteriormente, comprovado o câncer, para as Unidades de Alta complexidade em Oncologia (Unacon’s) ou Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).
O HOL atende 100% a rede pública do SUS e oferece assistência especializada e integral aos pacientes. O hospital dispõe de serviços ambulatoriais, que envolve assistência direta ao paciente por meio de consultas médicas e de serviços complementares de diagnose e terapia.
(Agência Pará)