Num momento em que a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) corre o risco de suspender o ano letivo porque o governo federal contingenciou os recursos, o mesmo governo lança o programa “Future-se”, que visa uma parceria entre as universidades e a iniciativa privada. Mas será que essa é a solução? É justamente isso que será debatido na noite de hoje (29), a partir das 18h30 no auditório da unidade I da Unifesspa, com a presença do professor Gilberto Marques, da UFPA.
Ouvido pelo CORREIO, Marques explica que a ideia do debate é entender o “Future-se” dentro de um conjunto de políticas direcionadas para a universidade, que tem a ver com o acentuado corte de verbas e redução do espaço democrático dessas instituições. Ou seja, trata-se de um amplo processo que é entendido por Gilberto Marques como um ataque às universidades públicas federais por parte do próprio governo.
“O elemento central do ‘Future-se’ é que ele destrói a autonomia universitária, que é a capacidade que a universidade tem de autogerir o seu próprio futuro, sua realidade. Isso envolve a definição de sua política pedagógico-acadêmica, sua política administrativa, sua política de gestão de um modo geral e, em particular, seus recursos financeiros. O que o governo, a partir do ‘Future-se’, chama de autonomia financeira, na realidade é empurrar a universidade pra correr atrás do mercado pra complementar o seu orçamento”, explica.
Leia mais:Por sua vez, o professor Rigler Aragão, do Sindicato dos Docentes da Unifesspa (SindUnifesspa), explica que o debate de hoje é aberto a toda a comunidade, até porque a universidade trabalha para a sociedade local, que deve se inteirar do que está acontecendo neste momento no ensino superior do País.
A Unidade I da Unifesspa fica na Folha 31, em frente à feira da Folha 28, na Nova Marabá. (Chagas Filho)